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Melgaço: Fuga ao Holocausto nazi também passou pelo Município mais a norte

3 Setembro, 2019 - 11:35

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PUB A história leva-nos até ao pequeno povoado de Ribadavia, na Galiza. Princípios da década de 40 do século passado. O mundo estava em guerra. Portugal e Espanha mantinham-se neutrais, […]

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A história leva-nos até ao pequeno povoado de Ribadavia, na Galiza. Princípios da década de 40 do século passado. O mundo estava em guerra. Portugal e Espanha mantinham-se neutrais, embora o medo fosse uma constante em todos os habitantes destes países.

Lola, Amparo e Julia Touza Domínguez eram três irmãs que, conta-nos o periódico El Español, residiam naquela comunidade próxima do rio Minho. A poucos quilómetros de Melgaço. Decidiram juntas conceber uma rede de fuga para os judeus que tentavam naquela altura escapar ao Holocausto nazi.

Tudo começou em 1941 quando uma das irmãs encontrou um homem na estação ferroviária de Ribadavia. Apercebeu-se que o forasteiro estava ali há horas e decidiu perguntar-lhe o que estava ali a fazer. O homem, conta aquele jornal espanhol, respondeu que era judeu e que estava “a tentar escapar ao inferno”.

Este foi o início de uma rede clandestina que começava nos Pirineus, em França, e terminava em Melgaço. A linha ferroviária mais utilizada era a que ligava Hendaya-Vigo. Centenas de judeus nas carruagens com um único objetivo: atravessar o Minho… chegar a Portugal e daí rumar aos Estados Unidos da América ou então à América do Sul.

Mas a Gestapo, polícia secreta nazi, tinha olhos em todos os lados. Depressa acedeu à informação de que três mulheres estariam a ajudar judeus a escapar para Portugal. Era necessário encontrar uma solução.

Foi então que Lola, conhecida por La Madre, teve a ideia de cavar um túnel na sua loja. Era o local perfeito para esconder todos aqueles que tentavam escapar dos horrores. Conseguiu ainda colocar vários no sótão da sua casa. Depois era a espera, até que fosse seguro cruzar o rio Minho até Melgaço e seguir para a liberdade.

A Gestapo este várias vezes em Ribadavia. Os agentes alemães perguntavam por La Madre, mas ninguém se descosia. No total, conta-se, foram cerca de meio milhar de judeus salvos pelas três irmãs.

A história destas três irmãs, já falecidas, permaneceu esquecida até 1964, quando um velho judeu residente em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, pretendeu saber quem tinha sido “aquela mulher que uma noite sem lua ajudou a cruzar a fronteira para a liberdade”.

Em setembro de 2008, a autarquia de Ribadavia descerrou na casa onde viveram estas três irmãs uma placa em sua homenagem. “Às três irmãs Lola, Amparo e Julia Touza. Lutadoras pela liberdade”.

 

Ribadavia e Melgaço, duas localidades muito próximas

 

As três irmãs Touza heroínas de Ribadavia, já falecidas [créditos: Direitos Reservados]

 

A estação ferroviária de Ribadavia nos anos 40 do século passado [Créditos: Direitos Reservados]

 

A casa onde viveram as três irmãs [Créditos: Caminos de Sefarad]

 

Placa na casa das três irmãs em homenagem aos valorosos atos realizados [créditos: El Mirador Nocturno]

 

 

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