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Melgaço: Declarações de Carina Pinto da Costa deixaram deputados municipais a ferver

8 Dezembro, 2018 - 13:53

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Foi da esquerda à direita. As declarações de Carina Pinto da Costa e de Ricardo Ferreira ao jornal Voz de Melgaço deixaram os deputados da Assembleia Municipal a ferver. São […]

Foi da esquerda à direita. As declarações de Carina Pinto da Costa e de Ricardo Ferreira ao jornal Voz de Melgaço deixaram os deputados da Assembleia Municipal a ferver. São ambos diretores do Grupo Pinto da Costa & Carriço, que gere as Termas do Peso desde julho de 2017. A maioria socialista, pela voz do deputado Maximiano Gonçalves, apresentou de imediato uma moção de repúdio às palavras dos gestores. Foi aprovada por unanimidade.

Na reportagem, Carina Pinto da Costa não poupa nas críticas. Carrega em várias frentes e acaba mesmo por abarcar os cidadãos do concelho. “Começa a deixar de ser interessante um investidor apostar numa terra, com pessoas tão medíocres constantemente a deitar abaixo quem vem para aqui gastar dinheiro. Desmotiva qualquer investidor”, disse a CEO do grupo àquele jornal local. E esta foi só uma entre as várias afirmações que deixou os deputados em choque. Jorge Ribeiro, deputado pela coligação PSD/CDS-PP, lembrou a abertura que o povo de Melgaço teve para com esta empresa e a simpatia com que os receberam. No entanto, o deputado disse não se recordar de algum momento em que esta equipa gestora tenha marcado ou manifestado desejo em conviver com os melgacenses.

 

Jorge Ribeiro: “Hotel não vai avançar! Aposto um jantar!”

 

Em setembro de 2017, o mesmo grupo avançou com a promessa de recuperar o antigo Hotel das Termas. O cenário parece estar a ganhar outros contornos. “Ainda não construímos o hotel porque não é inteligente da nossa parte, com as termas ainda nesta circunstância, estar a avançar com um investimento de mais de 5 milhões de euros, seria um suicídio económico. Se vamos construir o hotel, vamos, se vai ser daqui a um ano ou dois é problema nosso”, disse Carina Pinto da Costa ao Voz de Melgaço. Já o deputado Jorge Ribeiro mostra-se agora ainda mais pessimista. “O hotel não vai avançar! Aposto um jantar! Registem isto”, disse.

Além da falta de mão-de-obra e à baixa procura da estância, somaram-se “todos os problemas inerentes à má estrutura do balneário”. O edifício de boa aparência e tubos inox reluzentes escondia problemas técnicos que empurravam as facturas para valores que surpreenderam os novos gestores, chegando a gastar 8 mil euros de gás em quinze dias, para manter a temperatura do circuito da piscina e climatização do restante balneário nos meses de Verão. “A facturação em época alta, com várias pessoas a frequentar o balneário, não colmatava sequer as despesas básicas de manutenção”, sublinharam os gestores ao Voz de Melgaço.

Questionados pelo jornal sobre o que falhou no momento de garantir que o Balneário estava em boas condições de funcionamento, os gestores tiveram resposta pronta: “Bom-senso e ética”. “Foi-nos feita a passagem de que estava tudo em condições. Quando chegamos aqui, o balneário não estava em funcionamento, nós só vimos aquilo que dava para ver. Parecia bem conservado, tinha boa aparência, não andamos a ver se os canos tinham ferrugem ou não”, disse Ricardo Ferreira. A boa-fé, segundo revelaram ao Voz de Melgaço, acabaria por passar-lhes para a mão uma série de eventos inesperados. “Se fosse uma venda entre privados, teríamos tido outra cautela. Assim, achamos que haveria bom senso e ética, que acabou por não haver. Depois de estarmos dentro, apuraram-se responsabilidades que nem sequer eram nossas, porque eram consequência do que tinha sido feito no passado”.

 

Carina Pinto da Costa: “Vítor Cardadeiro é uma pessoa que precisa de ajuda e não bebe água!”

 

Visivelmente desapontada, Carina Pinto da Costa lamenta que este cenário obrigue as Termas do Peso a fechar portas durante a época baixa. “O único parceiro local que até tem tido um trabalho simpático connosco é o Centro Hípico de Melgaço”, diz a gestora que recuou até ao tempo da campanha eleitoral de 2017 e abriu fogo cerrado sobre o candidato pela coligação PSD/CDS-PP à Câmara de Melgaço. “Não vimos ninguém da oposição [política local] nem os que criticam, nenhuma dessas pessoas veio fazer um único tratamento termal. O senhor Vítor Cardadeiro queria mandar todos os diabéticos do mundo para aqui e ainda estou à espera que ele os mande! Ou só se preocupou com a saúde quando estava na tentativa de ser eleito? Ele próprio é uma pessoa que, só pelo seu aspecto físico, precisa de ajuda, e não bebe água!”, atirou.

O caldo entornou na Assembleia Municipal de Melgaço. Em tom firme e preocupado, o presidente da Câmara foi pragmático. “Eu e todo o Executivo consideramos esta entrevista absolutamente inqualificável no seu teor e na sua forma”, disse. “Eu e o Executivo tivemos já oportunidade de ter uma conversa com o Grupo Pinto da Costa & Carriço dando-lhe nota desta nossa leitura da entrevista, procurando esclarecer com o grupo algumas questões”, prosseguiu Manuel Batista que mostrou ainda “repúdio às afirmações em relação a um membro deste Executivo. Um repúdio absoluto sobre as afirmações feitas em relação ao vereador Vítor Cardadeiro!”, exclamou o edil socialista que, à Rádio Vale do Minho se assumiu como desapontado com o Grupo Pinto da Costa & Carriço. “Resta-nos fazer um acompanhamento próximo deste dossiê para que se tomem no momento exato as decisões mais adequadas”.

Previsivelmente, a coligação PSD/CDS-PP mostrava-se mais agitada. A dor da ferida manifestou-se também pela voz do deputado José Albano Domingues. “A Srª Carina Pinto da Costa resolveu disparar em todas as direções. Estamos num país de livre expressão, mas se calhar não escolheu as palavras de forma mais acertada”, disse o deputado à Rádio Vale do Minho. “Com este tipo de postura, a empresa só está a conseguir com que Melgaço se feche ao futuro dela relativamente ao projeto das Termas”, concluiu.

Questionado pela Rádio Vale do Minho sobre as afirmações feitas a seu respeito, Vítor Cardadeiro escusou-se a fazer quaisquer comentários.

 

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