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Melgaço: Branda da Aveleira celebra tradição com 900 anos no primeiro fim de semana de agosto

17 Julho, 2019 - 10:33

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A Branda da Aveleira, aldeia melgacense pertencente à freguesia de Gave, recebe nos dias 3 e 4 de agosto mais uma edição do Dia do Brandeiro, um evento que reúne toda a população para celebrar a cultura da transumância, em volta da gastronomia e Alvarinho da região. A festividade realiza-se consecutivamente há pouco mais de duas décadas mas a transumância, essa, conta já mais de 900 anos.

“O programa tem sido melhorado e as comemorações têm ganho nova forma devido ao envolvimento da população e à aposta da Junta de Freguesia”, realça a organização.

O evento começa, pelas 9h00 do dia 3 de agosto, ao som dos gaiteiros Rio Mouro seguido da intervenção do Presidente da Câmara Municipal de Melgaço, Manoel Batista, e de Rodrigues Lima que abordará o tema Memórias dos Brandeiros.

A festa de sábado continua com um programa variado animado com concertinas, concurso apanha o porco e animação musical noturna.

No domingo, logo pela manhã, realizar-se-á uma caminhada pela montanha. Para as 15h00 está marcada a tradicional corrida de cavalos. Para os amantes da boa gastronomia, no local do evento estarão presentes tasquinhas onde se poderão saborear e comprar os produtos locais.

Na cardenha, construída no recinto da capela de nossa Senhora da Guia, dois fornos a lenha, irão cozer a broa e o cabrito, proporcionando uma vivência típica da aldeia e, ao mesmo tempo, o deleite pelos sabores que remetem para os tempos da transumância como modo de vida.

Um dos momentos mais aguardados é o cortejo etnográfico que terá lugar no sábado, pelas 12h30, cujo tema é A Transumância.

“Este evento representa um marco muito importante para a freguesia, sob o ponto de vista social e cultural,  e pretende direcionar os olhares da região e do país para uma zona de montanha, distante dos grandes centros, mas onde existe gente com capacidades e valor que pretende fixar-se neste território e tirar proveito das suas potencialidades”, refere o presidente da Junta de Freguesia de Gave, Agostinho Alves.

 

Agostinho Alves: “Interessa que os decisores políticos não olhem para estes territórios como um fardo ou uma fatalidade mas sim como uma esperança.”

 

“É no interior do país onde se escondem as maiores riquezas, onde se guardam as melhores memórias e onde pode ser construído um futuro com mais qualidade. Interessa que os decisores políticos não olhem para estes territórios como um fardo ou uma fatalidade mas sim como uma esperança”, acrescenta o autarca.

 

 

 

 

O que é a transumância?

 

A transumância de pessoas e animais obrigou as gentes desta aldeia a ter dois lares, a branda para os Verões e a inverneira para os Invernos. Desde o século XII que os brandeiros da Gave sobem com o gado para os pastos desta Branda, libertando os terrenos mais baixas para o cultivo agrícola. Permaneciam na montanha durante todo o verão só descendo até à povoação  para levarem os mantimentos. Pelos caminhos do monte entre a freguesia da Gave e a Aveleira são cerca de 5 Km, o que explica o isolamento em que os pastores se encontravam até alguns anos atrás.

Na aldeia de Gave, as brandas estiveram quase em extinção, tendo como principal causa a emigração, mas a maior parte regressou à aldeia, e muitos voltaram a ocupar as Brandas. Atualmente existe uma estrada que liga a Branda da Aveleira á freguesia e a maior parte dos cerca de 30 brandeiros que ainda mantém a tradição chegam de automóvel de manhã e regressam a casa ao por-do-sol.

A branda da Aveleira, situada a cerca de 1100 m de altitude, onde o rio Vez se forma com as águas do ribeiro da Aveleira e Vidoeiro, é uma zona de montanha marcada pela presença humana, onde são ainda visíveis os vestígios da era glaciar conhecida como Glaciação de Wurm.

É constituída por cerca de 80 construções muito rústicas, de sobrado e corte térrea. Estas casas formam no entanto, um conjunto ímpar, não só pela beleza e tipicidade, como por serem de fácil acesso. Algumas destas mostras representativas da tipologia popular local foram recuperadas de modo a devolver-lhe a traça e respectivas características sem descuidar o conforto exigido e podem ser alugadas para turismo.

Nos últimos tempos, esta Branda ganhou vida e transformou-se num atrativo turístico e num marco de desenvolvimento económico pela mão de gente empreendedora (sobretudo jovens) que, em perfeita harmonia com a natureza, desenvolveram projetos ligados ao pastoreio, com a criação de raças autóctones (Cachena), apicultura, fumeiro, restauração, batatas biológicas e vinha.

 

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