PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Destaques
Monção

História: Tratado de Monção foi assinado há 632 anos – Mas… sabia que houve um segundo tratado?

1 Novembro, 2018 - 14:00

839

0

Corria o dia 1 de novembro de 1386. Na Ponte do Mouro, em Monção, o rei D. João I e o Duque de Lencastre, de Inglaterra, assinaram o chamado Tratado […]

Corria o dia 1 de novembro de 1386. Na Ponte do Mouro, em Monção, o rei D. João I e o Duque de Lencastre, de Inglaterra, assinaram o chamado Tratado de Monção. O documento definiu as condições de cooperação militar entre os dois países e estabeleceu os pormenores do casamento entre o monarca português e D. Filipa de Lencastre, filha do Duque. No berço do Alvarinho, a celebração deste momento ganhou mais força nos últimos anos com a iniciativa Ponte do Mouro Medieval. Há uma recriação histórica deste momento. Porém, tem-se realizado sempre em pleno Verão não coincidindo assim com a data exata da assinatura do tratado. O que é certo é que, desde a criação deste certame, os monçanenses têm mostrado maior consciência e conhecimento sobre em que consistiu e o que dele resultou.

No entanto, pouco tempo depois deste primeiro tratado ter sido assinado, ocorreu um outro também em Monção. Nos finais do séc. XIV, Portugal e Castela andavam em guerra aberta. A batalha de Aljubarrota tinha ocorrido há pouco tempo e os nossos vizinhos não se conformavam com a abada que tinham levado. Para agravar a situação, os espanhóis almejavam um reino que estava a sair de uma crise profunda. O rei D. Fernando, falecido em 1383, tinha deixado apenas uma filha: Beatriz, que se casou precisamente com D. João I de Castela. A malta do lado de lá do rio Minho esfregava as mãos de contente. Portugal estava sem rei. Tinha chegado a hora. Só que não. O Mestre de Avis assumiu o trono como D. João I [o nosso]. Fez-se acompanhar pelo cavaleiro D. Nuno Álvares Pereira e, em agosto de 1385, deram uma enorme tareia aos castelhanos. E isto já todos sabemos.

 

António Barbosa: “Num certame em que se pede que todos os anos seja inovador, a recriação do segundo tratado poderia ser integrada no programa.”

 

Por forma a aliviar a tensão entre as duas nações, D. João I e D. João de Castela decidiram marcar um encontro. Aconteceu em Monção, a 23 de novembro de 1389. De acordo com os historiadores, em tratado, os dois reis comprometeram-se a suspender as hostilidades durante três anos. Foram restituídas reciprocamente as praças que retinham, tendo ficado neutralizadas Miranda do Douro e Sabugal que ficaram nas mãos do Prior do Hospital. “Ambos os tratados são importantes, mas o primeiro teve provavelmente um impacto maior do que o segundo. No entanto, e tendo em conta o ambiente de guerra que se vivia naqueles tempos, um tratado de paz é sempre importante”, sublinhou o presidente da Câmara de Monção, António Barbosa, à Rádio Vale do Minho. “Provavelmente grande parte dos monçanenses desconhece este segundo tratado. A iniciativa Ponte do Mouro Medieval veio dar um grande contributo no sentido da nossa comunidade conhecer o primeiro documento”, considera António Barbosa que aproveitou a oportunidade para deixar o desafio à organização do evento. “Num certame em que se pede que todos os anos seja inovador, a recriação do segundo tratado poderia ser integrada no programa”, prosseguiu o autarca. “Nos nossos eventos temos de primar pela novidade. Isto para que todos os anos exista um cunho novo. Algo que motive e faça com que os visitantes voltem a Monção”.

Ainda de acordo com os vários especialistas, após a morte de D. João I – em 1433 -, o povo castelhano continuava inconformado. A guerra voltou. Invadiram Trás-os-Montes e tomaram Bragança, Vinhais e Mogadouro. E assim a espadeirada continuou pelos compêndios de História fora.

 

[Fotografia: Recriação do primeiro Tratado de Monção entre D. João I e o Duque de Lencastre na Ponte do Mouro Medieval]

 

PUB

 

Últimas