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Viana do Castelo

Guindaste inoperacional nos Estaleiros de Viana ameaça reduzir exportações da Enercon

22 Maio, 2012 - 16:33

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A alemã Enercon admite reduzir o volume de exportações, atualmente em dois navios por semana, face aos alertas “inconsequentes” junto das sucessivas administrações dos Estaleiros Navais para garantir a operacionalidade de um guindaste.

A alemã Enercon admite reduzir o volume de exportações, atualmente em dois navios por semana, face aos alertas “inconsequentes” junto das sucessivas administrações dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) para garantir a operacionalidade de um guindaste.

A multinacional alemã ocupa desde 2005 terrenos subconcessionados pelos ENVC, nos quais instalou um dos dois polos industriais que detém em Viana do Castelo para a produção de aerogeradores e outros componentes, em que mais de metade segue já para exportação, por via marítima.

“No contrato de concessão havia a garantia de disponibilização, por parte dos ENVC, de um guindaste, mediante o pagamento por parte da Enercon da sua utilização. Há quase três anos que andamos a pedir para que o guindaste esteja operacional e até agora nada”, explicou Francisco Laranjeira, da administração da empresa alemã.

Face à situação de inoperacionalidade do guindaste de 50 toneladas existente naquele local, e que deveria apoiar as cargas da Enercon – tendo em conta que os navios já atracam no cais partilhado pela empresa e pelos ENVC -, a multinacional alemã viu-se obrigada nos últimos meses, quando incrementou as exportações, a alugar “pesadas gruas móveis de longo alcance”.

“Apesar do investimento que as autoridades marítimas fizeram ao dragar um canal de navegação até ao cais, na semana passada tivemos que enviar um navio para o porto comercial, na outra margem, para carregar. Estava outro navio no cais e com os meios atuais não podíamos fazer essa carga e tivemos de enviar todo o material novamente, pelo meio da cidade, até ao porto”, explicou ainda.

Com esta situação, que implica custos acrescidos com o aluguer de meios de elevação e uma situação “longe de ser a ideal” em termos operacionais, a própria empresa vê a “competitividade das exportações”, a partir de Viana do Castelo, “afetada”.

“Possivelmente, teremos de reduzir o volume de exportações porque não podemos manter este tipo de situação indefinidamente no tempo”, sublinhou Francisco Laranjeira.

Contactada pela Lusa, a administração dos ENVC admitiu hoje que o guindaste em causa, uma contrapartida de uma outra empresa alemã (HDW) no âmbito do negócio de construção de dois submarinos para a Marinha, foi colocado na empresa “em condições de deficiente operação, incluindo a necessidade de novas peças”.

“A sua reabilitação exige investimento”, disse a administração daquela empresa pública, que garante existir “interesse” na sua “operacionalização e consequente disponibilização à Enercon”.

“Está agendada uma reunião entre as duas administrações com vista à avaliação dos custos de recuperação do guindaste, no que se refere à sua reparação, encomenda de peças, manutenção e licenciamento, estando à partida acordada a repartição dos custos entre as duas empresas”, acrescentou fonte da administração dos estaleiros de Viana.

Em Viana do Castelo, entre os terrenos subconcessionados pelos ENVC e o Parque Empresarial de Lanheses, a Enercon funciona com cinco fábricas de componentes e geradores eólicos, e garantiu, no segundo semestre de 2011, quase 77 mil toneladas de exportações, através de 41 navios.

Só nos primeiros cinco meses de 2012, o movimento de navios com exportações da Enercon ronda já as quatro dezenas.

Exportações, sobretudo, de torres de betão, pás de rotor aerogeradores e módulos elétricos, produzidas nas fábricas do grupo em Viana do Castelo. Entre os destinos estão países como Roménia e Alemanha, Suécia, Itália, além de França e Lituânia.

A administração da Enercon Portugal previa manter a cadência de sete navios por mês, dada a competitividade alcançada pelo facto daquelas fábricas poderem carregar diretamente por via marítima.

Para isso, foi concluída, já no início deste ano, a retirada de 45.000 metros cúbicos de inertes, através de um investimento de 270 mil euros, assegurando este nível de exportações a partir da margem direita do rio Lima e evitando as deslocações para a margem contrária, onde funciona o porto de mar, feitas por via terrestre.

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