PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Ponte de Lima

Governo: Campelo pediu para sair porque “já não podia dar o máximo”

2 Fevereiro, 2013 - 10:55

195

0

O ex-secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural Daniel Campelo disse ontem que pediu para sair do Governo porque “já não podia dar o máximo”, admitindo deixar Lisboa com “coisas por fazer”.

O ex-secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural Daniel Campelo disse ontem que pediu para sair do Governo porque “já não podia dar o máximo”, admitindo deixar Lisboa com “coisas por fazer”.

“Sou uma pessoa sempre insatisfeita. Queremos sempre fazer mais, mas o Governo é diferente de uma empresa ou autarquia porque a dimensão é enorme, o processo legislativo é demorado e é muito difícil ter resultados imediatos”, afirmou, em declarações à agência Lusa.

O homem que durante 16 anos liderou a Câmara de Ponte de Lima, pelo CDS-PP, hoje com 53 anos, confirmou que “há muito tempo” que tinha pedido para sair do Governo, por “motivos pessoais”.

A saída aconteceu agora, explicou, por ter concluído, no final de dezembro, “assuntos” que tinha em curso e que representavam “uma meta para as funções governativas” que assumiu em 2011.

“Acho que se conseguiu dar mais força, valor e vantagem às pessoas que trabalham a terra. As pessoas que abandonam a terra e as que a trabalham deixaram de ser tratadas da mesma forma”, afirmou Daniel Campelo.

Destaca como exemplos o trabalho entretanto lançado para permitir “legalizar milhares de explorações pecuárias”, o programa para implementar medidas de gestão ativa do território, na área agrícola e florestal, ou ainda a legislação sobre a bolsa de terras.

“São medidas que vão permitir que Portugal seja cada vez mais autossuficiente na produção de alimentos”, disse.

Motivos que o levam a garantir que sai do Governo com “o sentimento de dever cumprido”.

Contudo, admite também que “gostaria de ter feito mais” nesta estreia em funções governativas, depois da passagem pela Assembleia da República, entre 1999 e 2002, como deputado do CDS-PP eleito por Viana do Castelo.

“Ficaram coisas por fazer, mas tenho esperança que se continue a fazer mais, até porque os governos são dinâmicos. Eu nunca me cansei de dar o máximo, mas por entender que não o podia continuar a fazer, pedi para ser substituído, dando condições a quem pode”, sublinhou.

Em 20 meses de trabalho no Governo, com pastas que hoje foram assumidas pelo novos secretários de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Francisco Ramos Lopes Gomes da Silva, e da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, Campelo insiste que foi possível “voltar a dar dignidade” a quem vive da agricultura.

“O mundo rural tem hoje, nitidamente, mais defensores. As pessoas que vivem da agricultura, apesar das dificuldades e do momento muito difícil que o país atravessa, têm hoje a esperança de, no futuro próximo, ter uma maior proteção. A resposta tem sido grande, a produção agrícola tem vindo a aumentar e a perspetiva é para aumentar muito mais”, assegurou.

Entretanto, já de regresso a Ponte de Lima, Daniel Campelo rejeitou qualquer “especulação” sobre o futuro político a curto prazo, nomeadamente a possibilidade, abordada publicamente há vários meses, de concorrer à Câmara de Viana do Castelo, liderada pelo PS, nas eleições autárquicas de 2013.

“Nunca disse que queria ser candidato a qualquer coisa ou a qualquer órgão autárquico. Não quero que as pessoas especulem, porque a minha saída do Governo tem a ver com motivos pessoais”, rematou.

Últimas