À semelhança de Monção, no concelho de Redondela, na Galiza, também existe a chamada Festa da Coca.
Acontece todos os anos no dia do Corpo de Deus.
Este ano não foi exceção, e dezenas de tapetes floridos encantaram ontem, quinta-feira, milhares de locais e visitantes neste concelho geminado com Monção.
[Fotografia: Concello Redondela]
[Fotografia: Concello Redondela]
[Fotografia: Concello Redondela]
Mas há diferenças na lenda
Em Monção temos um Santo [São Jorge] que, em plena Idade Média, acorre à vila e salva uma jovem apanhada pelo terrível animal. Derivações ao longo dos tempos disseram que o tenebroso dragão (Coca) veio mesmo das águas do rio Minho.
Já em Redondela, o mesmo dragão teimava em sair das águas da ria de Vigo e invadir aquela vila na Idade Média.
Raptava jovens raparigas. Aqui foram os marinheiros da terra a colocar fim ao pesadelo. Apanharam o bicho e mataram-no com golpes de espada.
Em ambos os concelhos, esta vitória ainda hoje é celebrada. Um símbolo do triunfo do bem sobre o mal.
Localização de Redondela, na Galiza
[Fonte: DR]
A festa
As festividades começaram com a tradicional procissão em Honra à Virgem A Gabacha. Houve danças e muita música a acompanhar.
[Fotografia: Concello Redondela]
Finalmente a Coca apareceu perante a multidão. O dragão percorreu as ruas, juntamente com os cabeçudos ao som de gaitas de foles.
[Fotografia: Concello Redondela]
[Fotografia: Concello Redondela]
De onde vem o nome Coca?
“Dizem que a Coca era um monstro que outrora andava aqui nas águas do rio Minho e que apanhava as raparigas que encontrava na ribeira. Até que um dia, apanhou a mulher de S. Jorge”, contou o historiador José Hermano Saraiva em 1998, durante o programa televisivo Horizontes da Memória dedicado a Monção.
“Claro que S. Jorge não gostou. Ficou muito zangado. E travou um grande combate com a Coca… e matou-a”.
Mas que verdade é que pode existir nisto tudo?
Conta o historiador que “na Galiza existe o mesmo simbolismo da Coca”, dando exemplos de várias expressões galegas onde o termo se aplica como se fosse “um papão para meter medo”. E lança para a mesa a conhecida expressão “estar à coca”. “Porque o medo espreita-nos sempre”, disse.
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