“Comadre” foi eleita a palavra galega do ano 2022. A iniciativa, promovida pela Real Academia Galega e pela Fundação Barrié, decorreu através de uma votação online.
Ainda mais surpreendente é o facto de que, segundo o jornal Quincemil, a palavra vencedora obteve mais do dobro dos votos da segunda classificada – “candorca”, em referência aos avistamentos de cetáceos ocorridos durante o verão passado.
E a “inflação”?
Foi a grande derrotada. Ficou num pobre 6º lugar, atrás de “ecocídio”, “resiliência” e “autoestima”.
No que diz respeito à vencedora, o dicionário da Real Academia Galega define “comadre” não só relacionada com parentesco mas também, em linguagem popular, como uma vizinha ou amiga com quem se tem confiança especial. Exemplifica com amigas de longa data que se apoiam mutuamente em contextos adversos.
Um significado, portanto, em tudo semelhante ao dado por cá… no Alto Minho [exemplo: Lá vão as duas comadres sempre juntas pela rua fora!].
E em Portugal?
No nosso País, a votação para a Palavra do Ano 2022 ainda continua. Uma iniciativa anualmente realizada pela Porto Editora. A palavra vencedora será anunciada nas primeiras semanas de janeiro de 2023.
Cada palavra tem uma justificação e são dez as que estão a votação (AQUI) para encontrar a “palavra do ano” 2022. As candidatas são: abusos; ciberataque; energia; guerra; inflação; juros; nuclear; rainha; seca; urgências.
Todas as palavras da lista de candidatas estão relacionadas com acontecimentos que marcaram a vida do País, segundo a Porto Editora, responsável pela iniciativa.
A Porto Editora realça que a ação tem “como principal objetivo sublinhar a riqueza lexical e o dinamismo criativo da língua portuguesa, património vivo e precioso de todos os que nela se expressam” . Esta iniciativa pretende, ainda, acentuar “a importância das palavras e dos seus significados na produção individual e social dos sentidos com que vamos interpretando e construindo a própria vida”.
Recorde-se que a Palavra do Ano 2021 foi “vacina”. Com 45% dos votos (cerca de 15 mil) e um ano depois do início da campanha de vacinação contra a COVID-19 em Portugal, a escolha não foi grande surpresa.
A palavra já tinha sido a escolha do dicionário Merriam-Webster e do dicionário de inglês Oxford (Oxford English Dictionary), ainda que este último tenha preferido o termo “vax” — abreviatura de “vaccine” (vacina) ou de “vaccination” (vacinação).
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