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Galiza

Galiza: De repente o mar ficou negro… e o pesadelo chegou pela água – Foi há 20 anos [FOTOS]

13 Novembro, 2022 - 00:15

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Maior desastre ambiental de sempre na Galiza.

O pesadelo continua bem presente na memória da maior parte dos galegos. No dia 13 de novembro de 2002, a cerca de 250 quilómetros da Galiza, o navio-petroleiro Prestige atravessava uma tempestade.

 

Foi então que um dos tanques de armazenamento rebentou. O navio cessou a marcha. Começou a afundar-se.

 

Até hoje, as reais causas deste acidente permanecem por esclarecer. Há quem aponte para colisão com um objeto a flutuar a pouca profundidade. Outra hipótese passar por corrosão nos tanques de lastro, junto aos radiadores para liquefazer o petróleo.

 

Mas há também quem fale de acumulação de pequenos danos estruturais no casco devido à utilização como “cisterna intermediária”, com diversas barcaças encostadas ao longo da embarcação, enquanto esteve em São Petersburgo.

 

O navio transportava 77 mil toneladas de fuelóleo.

 

Aquilo que mais se temia começou a acontecer. O óleo combustível denso começou a ser derramado no oceano… e o mar começou a ficar negro. Foi uma questão de horas até o horror tomar conta de toda a costa galega, incluindo outros pontos do norte de Espanha e do sul de França. F

 

No total, foram 2.980 os quilómetros de costa afetados, com impactos na biodiversidade, destruição de ‘habitats’ e prejuízos em inúmeras atividades, como a pesca.

 

 

 

Barco parte-se em dois

No dia 19 de novembro, seis dias após ter parado a marcha, o barco partiu-se em dois. Só agravou a situação e a mancha negra no oceano avolumou-se.

 

Após o afundamento, o Prestige continuou a libertar cerca de 125 toneladas de fuelóleo por dia, contaminando o fundo do mar e a linha de costa, especialmente ao longo da Galiza.

 

Era claramente o maior desastre ambiental de toda a história galega.

 

No mês seguinte, a 1 de dezembro, 200 mil pessoas manifestaram-se em Santiago de Compostela sob o lema Nunca Mais, exigindo medidas para que semelhante situação não se volte a repetir.

 

Cinco anos depois do acidente, em 2007, as autoridades espanholas reconheceram que 113 litros de fuelóleo eram ainda derramados anualmente dos restos do Prestige.

 

 

As fotos que marcaram a tragédia [Direitos Reservados]

 

 

 

Os números do pesadelo

O desastre provou números esmagadores. Entre os mais negros, estão 1.137 praias afetadas. Mais de 400 milhões de euros em perdas no setor da pesca. Mais de 1.000 quilómetros interditos à pesca. Quase 2.000 pessoas que participaram na limpeza das praias, manifestaram problemas respiratórios.

 

 

Os números mais negros do Prestige

[Fonte: Greenpeace España]

 

 

 

Os culpados

O capitão do barco, o grego Apostolos Mangouras, acabou condenado, em 2013, a dois anos e nove meses de prisão por desrespeito às autoridades espanholas e por causar um desastre ambiental.

 

Em 2018, a justiça de Espanha fixou definitivamente, em mais de 1,5 mil milhões de euros o montante das indemnizações que o capitão e a companhia de seguros do Prestige terão de pagar como compensação da maré negra a Espanha, a França e a outras 269 empresas, comunidades e pessoas afetadas.

 

As indemnizações não foram ainda pagas, com processos iniciados pela seguradora The London Owners Mutual Insurance Association pendentes na justiça britânica.

 

 

[Fotografias capa: Direitos Reservados]

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