O ferry-boat que liga Caminha a La Guardia, Galiza, deverá voltar a navegar na próxima semana depois de concluída a reparação e recuperado um canal de navegação no rio Minho, anunciou fonte da autarquia portuguesa.
"Pelas últimas informações disponíveis, o ferry-boat Santa Rita de Cássia deverá retomar a sua atividade na próxima semana", anunciou à Lusa fonte do executivo municipal de Caminha. O barco está parado desde meados de outubro devido a uma avaria no motor.
A câmara explica que o problema ficou a dever-se ao "esforço" que o assoreamento do canal provocava no equipamento, num "tipo de avaria" que deverá ultrapassar os 20 mil euros na reparação.
As dragagens do canal de navegação do ferry-boat arrancaram a 09 de novembro e deverão prolongar-se até janeiro, indicou à Lusa, aquando do início dos trabalhos, o alcaide da localidade galega.
A operação vai decorrer durante 48 dias úteis, com a retirada diária de cerca de 800 metros cúbicos de dragados, segundo a autorização emitida pela Direção-Geral de Costas e Mar de Espanha, a 03 de novembro.
Estes trabalhos, que arrancaram do lado de Caminha para permitir ao ferry realizar algumas manobras, vão permitir a retoma da ligação entre as duas localidades "com normalidade durante o tempo necessário para se encontrar uma solução definitiva".
"Entretanto, é necessário encontrar uma solução definitiva para este problema. Para que não se chegue ao ponto, como agora, de indefinição sobre quem faz as dragagens ou quem as paga", explicou o alcaide José Manuel Freitas.
Durante a operação de dragagem, que estará "dependente das condições climatéricas", serão retirados da foz do rio Minho cerca de 28 mil metros cúbicos de areia.
Do lado português, a presidente da Câmara de Caminha chegou a admitir parar o ferry a partir de 15 de setembro, por falta de condições do canal de navegação, devido ao assoreamento, resultante da não realização da respetiva dragagem.
Segundo Júlia Paula Costa, o assoreamento do canal impedia a circulação do ferry na maré baixa e por vezes também na maré alta, "porque a areia entra nas bombas e causa sistemáticas avarias".
A Câmara de Caminha lembra que a última resolução de 2009 assinada por entidades competentes dos dois países, que atribui a responsabilidade das dragagens a Espanha, ainda vigora, após vários anos em que a operação esteve a cargo do município português.
Acrescenta que esta situação, além de prejuízos financeiros e insegurança na ligação, causou nos últimos meses a "natural insatisfação" dos clientes, que se depararam com um horário que diz que há barco de meia em meia hora mas que tinham de ficar em terra à espera que a maré encha.
FONTE: "Lusa"
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