Preocupado com a possibilidade de o internamento de doentes reencaminhados pelo centro de saúde para a Santa Casa da Misericórdia deixar de ser comparticipado e ficar em risco, o executivo municipal de Paredes de Coura acaba de manifestar o seu desagrado num documento enviado ao Conselho de Administração da Unidade de Saúde Local do Alto Minho, bem como à Administração Regional de Saúde do Norte, Ministério da Saúde e ainda deputados eleitos pelo distrito de Viana do Castelo.
Em causa estão 10 camas de internamento que podem deixar de existir. Perante este cenário, a Santa Casa da Misericórdia local, responsável por este serviço depois a mudança de instalações do centro de saúde ter ditado o seu fim, exige uma solução alternativa.
Manuel Monteiro, vice-presidente da autarquia courense, explica que ou a comparticipação se mantém ou então que seja avaliada a hipótese, de enquanto a Unidade de Cuidados Continuados Integrados a ser implementada no antigo hospital da instituição estar em trabalhos, estas 10 camas integrarem já a rede nacional. Manuel Monteiro adianta mesmo que a Misericórdia está disponível para avançar com trabalhos de adaptação aos critérios exigidos.
Manuel Monteiro realça que um concelho do interior, com população maioritariamente envelhecida, tem de ter esta valência de descriminação positiva, e não ficar sem ela.
Recorde-se que a Santa Casa da Misericórdia de Paredes de Coura vai avançar com a obra de reestruturação e adaptação do hospital da instituição, abandonado há anos, numa unidade de Cuidados Continuados, num investimento de 1,4 milhões de euros. Em causa está um edifício que até 1974, ao serviço da Misericórdia local, foi a única unidade hospitalar do concelho.
Num dos concelhos mais envelhecidos do distrito de Viana do Castelo, o objectivo da Santa Casa da Misericórdia de Paredes de Coura passa por o transformar numa unidade de Cuidados Continuados, com um total de 24 camas.
No entanto, e até à sua abertura prevista para dentro de um ano, as 10 camas de internamento até agora disponíveis na Santa Casa, com doentes reencaminhados pelo centro de saúde local, podem deixar de existir, devido à falta de comparticipação. A autarquia de Paredes de Coura quer aqui uma solução transitória até que a nova estrutura esteja pronta e de portas abertas.
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