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Alto Minho

Ex-administrador diz que plano de 2011 não era liquidar Estaleiros de Viana

23 Abril, 2013 - 08:14

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O ex-presidente do conselho de administração dos estaleiros de Viana disse à Lusa que se o plano de reestruturação que apresentou em 2011 tivesse avançado a empresa não estaria agora prestes a fechar.

O ex-presidente do conselho de administração dos estaleiros de Viana disse à Lusa que se o plano de reestruturação que apresentou em 2011 tivesse avançado a empresa não estaria agora prestes a fechar.

“O plano era de viabilização, não de liquidação”, afirmou hoje à Lusa Carlos Veiga Anjos, que no verão de 2011 abandonou a administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), cargo para o qual tinha sido nomeado pelo Governo socialista.

A saída aconteceu pouco depois de apresentar um plano de reestruturação que assentava no despedimento de 380 dos 720 trabalhadores (à data), apresentado ao Governo socialista em fevereiro de 2011 mas que só teve o aval meses mais tarde.

O ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, acabou por suspender este plano ainda no verão. Já em 2012, o Governo lançou um processo de reprivatização dos estaleiros.

Devido à investigação lançada pela Comissão Europeia às ajudas públicas atribuídas aos ENVC, entre 2006 e 2011, no valor de 181 milhões de euros, o Governo anunciou já este mês que vai abandonar esta solução, avançando para a liquidação da empresa e a subconcessão dos terrenos.

“Se o plano de reestruturação e viabilidade tivesse avançado, os estaleiros estariam agora a entregar o primeiro asfalteiro [negócio rubricado com a Venezuela em 2010 mas por concretizar], teriam o segundo em adiantado estado de construção, teriam entregue dois patrulhas à Marinha e duas lanchas de fiscalização estariam quase prontas. A empresa estaria reorganizada e preparada para o mercado”, garantiu.

Veiga Anjos assume ainda que, se o plano de 2011 tivesse sido concretizado, “haveria talvez mais emprego, se bem que diferente” e os trabalhadores dos ENVC estariam “mais moralizados e preparados”, com a empresa “a valer cerca de 90 milhões de euros no final de 2013”.

“Assim, tem uma concessão para vender, um barco para vender mais desvalorizado [ferryboat Atlântida], o pessoal sem trabalho e desmoralizado e a construção naval em Portugal em risco”, disse.

Reconhece, assim, que “a gestão de empresas não se dá bem com a política, pela instabilidade desta e pelo uso que se faz delas”.

“Lamento este desfecho, como vianense que me prezo e como profissional de gestão de empresas”, afirmou Carlos Veiga Anjos.

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