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Viana do Castelo

Estaleiros suspeitos de fornecimento de lanchas rápidas para tráfico de droga foram declarados insolventes

16 Março, 2012 - 12:39

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A declaração de insolvência dos estaleiros navais VianaPesca, empresa que entrou em pré-falência em consequência do alegado fornecimento de lanchas rápidas para traficantes de droga da Galiza, foi hoje publicada em Diário da República.

A declaração de insolvência dos estaleiros navais VianaPesca, empresa que entrou em pré-falência em consequência do alegado fornecimento de lanchas rápidas para traficantes de droga da Galiza, foi hoje publicada em Diário da República.

A decisão de insolvência, segundo a declaração hoje publicada em Diário da República, foi tomada a 05 de março pelo Tribunal Judicial de Viana do Castelo, a pedido de uma outra empresa da cidade, credora da VianaPesca, Construções e Reparações Navais em 41.706 euros.

Nesta declaração, o tribunal fixa 30 dias para a reclamação de eventuais créditos, designando o dia 14 de maio, pelas 13:45, para a realização da assembleia de credores de apreciação do relatório a elaborar, pelo agora nomeado, administrador de insolvência.

Desde novembro de 2007 que o estaleiro, com sede em Viana do Castelo e que produzia lanchas rápidas, entrou em declínio.

Foi investigado pelas autoridades espanholas, em parceria com a Polícia Judiciária, por alegadamente fornecer “lanchas voadoras” a um grupo de traficantes de droga desmantelado na mesma altura, na Galiza, Espanha.

O clã era liderado por Ramiro Vázquez Roma, tido como principal traficante de cocaína na Galiza e simultaneamente “comissionista” da empresa portuguesa, mas que foi apanhado num desembarque de quatro toneladas de cocaína naquela região espanhola.

“A nossa empresa produzia barcos, por exemplo, para as marinhas de Espanha e de Portugal, mas também da Guiné-Bissau e de Marrocos, entre outras. Não podemos ser culpados pela utilização que era dada às lanchas, como querem fazer parecer”, apontou à Lusa, recentemente, Francisco Portela Rosa, um dos administradores.

Em causa está a atividade da SeaRib’s, uma sociedade portuguesa com sede em Vigo, na Galiza, participada pela empresa VianaPesca, cujos estaleiros estão instalados em Viana do Castelo e que foram revistados, na altura, pela Polícia Judiciária, para atestar a relação de Ramiro Vázquez.

Segundo fontes da investigação espanhola, a VianaPesca seria o “centro das operações da organização” supostamente dirigida por Ramiro, hoje com 45 anos, e que foi detido na mesma altura em Pontevedra, Galiza, juntamente com mais seis suspeitos, por tráfico de cocaína.

Acrescenta a investigação que na empresa de Viana do Castelo foram encontradas quatro denominadas “lanchas voadoras” – por atingirem velocidades na ordem dos 150 quilómetros por hora -, com 25 metros de comprimento, uma alegada encomenda de um “grupo colombiano que traficava cocaína desde a Guiné-Bissau para a Galiza”.

“Há factos em todo este processo. Espanha queria acabar com a empresa e conseguiu. Sempre que há notícias destas do outro lado da fronteira, os responsáveis da polícia espanhola são promovidos”, apontou Portela Rosa.

A investigação espanhola garante que o estaleiro de Viana do Castelo está avaliado em, “pelo menos”, 1,5 milhões de euros, que uma participação pertenceria à mulher do alegado traficante galego e a empresa seria utilizada para “lavagem de dinheiro” proveniente do tráfico de droga.

Segundo Portela Rosa, a atividade dos estaleiros da Vianapesca é “praticamente inexistente” nesta altura e os cerca de 60 trabalhadores foram integrados noutras empresas do ramo.

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