Os dois navios asfalteiros encomendados aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), cuja construção arranca esta segunda-feira, deverão ser entregues à Venezuela em 2015, disse à lusa fonte da administração da empresa.
“A calendarização atual aponta para a sua realização entre 26 a 32 meses”, explicou a mesma fonte.
Trata-se de um contrato rubricado em 2010 com a empresa de Petróleos da Venezuela (PDVSA), por 128 milhões de euros, mas a construção nunca chegou a arrancar devido às dificuldades financeiras e de contratação pública sentidas pelos ENVC, tendo sido alvo de sucessivas renegociações.
A construção dos dois navios começa esta segunda-feira, com a chegada a Viana do Castelo, por via marítima, de 1.500 toneladas de aço, quantidade adquirida pela empresa por 890 mil euros.
“Os ENVC têm preparados os processos de aquisição dos equipamentos e materiais previstos para continuar a execução do contrato, de forma sustentada”, explicou ainda a administração dos estaleiros.
O aço que agora começará a ser cortado, com recurso às tecnologias de plasma e oxicorte, é o primeiro lote da matéria-prima necessária para que, até 30 de junho, o contrato com a Venezuela esteja em cumprimento.
“As aquisições de todos os múltiplos sistemas e equipamentos decorrerão segundo o planeamento e ao ritmo das múltiplas negociações com os diversos fornecedores, não tendo data fixa”, disse ainda a fonte.
Trata-se do único contrato ativo na carteira de encomendas dos ENVC e implica a construção de dois navios de 188 metros de comprimento destinados ao transporte de asfalto a altas temperaturas.
Apesar deste contrato, os cerca de 620 trabalhadores estiveram praticamente parados nos últimos dois anos.
A administração assume que esta construção permitirá ocupar “em média” cerca de 70% da capacidade total instalada, admitindo ainda que “haverá especialidades em que se recorrerá a subcontratação”.
“Estamos muito otimistas com o arranque deste projeto, importante para a continuação da atividade nesta região”, sublinha a administração dos estaleiros.
Em declarações recentes à agência Lusa, a secretária de Estado da Defesa tinha já afirmado que o arranque desta construção “é um bom sinal”.
“É uma boa notícia para a atividade industrial e, logo, é uma boa notícia para todos porque é isso que, em última análise, interessa aos trabalhadores, interessa à empresa e interessa ao governo português, interessa à atividade e à reindustrialização do nosso país”, afirmou Berta Cabral.
Até junho de 2011, disse a mesma fonte, os estaleiros receberam da Venezuela, por este contrato, cerca de nove milhões de euros. Essa verba foi no entanto utilizada noutras obrigações “que não relacionadas com o contrato”, nomeadamente salários, o que “dificultou” o cumprimento das várias fases de construção.
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