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Viana do Castelo

Esculturas urbanas geram polémica na cidade

11 Julho, 2012 - 12:13

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Uma associação cultural de Viana do Castelo acusou a Câmara de ter destruído, duas semanas antes do fim do projeto, várias esculturas urbanas colocadas pela cidade para um evento que a própria autarquia encomendou.

Uma associação cultural de Viana do Castelo acusou a Câmara de ter destruído, duas semanas antes do fim do projeto, várias esculturas urbanas colocadas pela cidade para um evento que a própria autarquia encomendou.

Em causa está o festival Urbiana, dedicado às novas tendências urbanas, realizado pela Associação de Intervenção Social, Cultural e Artística (Aisca) e que foi integralmente pago – cerca de 37 mil euros – pela Câmara Municipal de Viana do Castelo.

Entre os vários eventos do Urbiana, entre junho e julho, o projeto Lapidaris revelou-se o mais polémico, com críticas generalizadas à colocação pela cidade de esculturas urbanas, construídas através de tijolos parcialmente destruídos, sem qualquer nota informativa junto destes.

Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, a Aisca assume que se afasta da decisão de retirar estas esculturas urbanas, manifestando a “mais profunda discordância com a destruição das peças” por “decisão da Câmara Municipal de Viana do Castelo e a duas semanas do fim do prazo previsto para a sua exposição”.

Durante as últimas semanas, estas construções levantaram dúvidas e chegaram a ser confundidas pelos transeuntes com casas de banho públicas ou edifícios vandalizados.

O tema foi abordado pela oposição à maioria socialista na Câmara, em reunião do executivo realizada esta semana, com criticas à opção feita com este evento, em termos artísticos e financeiros, alegando ainda os “incómodos” sentidos pela população e turistas, confrontados com estas obras.

Questionado pela Lusa sobre a retirada prematura, no final da semana passada, destas esculturas, tendo em conta que o programa da organização previa o fim do projeto Lapidaris apenas a 22 de julho, o autarca local afirmou que o programa “decorreu de acordo com o que estava estabelecido”.

“Deu oportunidade aos jovens de manifestar no seu tempo, as expressões de arte do seu tempo, com os materiais do seu tempo e a linguagem do seu tempo”, afirmou o autarca José Maria Costa, criticando a “visão castradora” da oposição.

“Se há pessoas que não entendem estas formas de arte, tudo bem. Não podemos é classificar se é Arte ou não. O tempo da censura da Arte foi há 40 anos e são inadmissíveis as críticas a desqualificar outras formas de Arte”, disse ainda.

Já a Aisca afirma agora que este projeto reuniu artistas plásticos “de nome e valor equiparável, dentro de uma nova geração de criadores portugueses” e até aconteceu “a coincidência de um ser premiado num concurso internacional, justamente enquanto preparava a sua intervenção no Urbiana”.

Lembra que o festival pretendia “responder ao desafio suscitado de desmistificar a ruralidade da cidade de província”, tendo sido “desenvolvido a convite” da autarquia para apresentar as tendências urbanas contemporâneas.

O projeto Lapidaris, acrescenta a Aisca, foi concebido para se assumir como “um conjunto de objetos estranhos em forma de peças do jogo eletrónico Tetris, em confronto com o espaço circundante e sobre os quais cada artista convidado faria livremente a sua intervenção”, concretizados pela mão de sete artistas.

Acrescenta a associação que o projeto “estava a cumprir o objetivo”, colocando “à tona as diversas correntes urbanas identificadoras da cidade, as contra e as favor, como as a favor de umas peças e contra outras”.

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