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Alto Minho

ENVC: Último aniversário como empresa pública, de volta para os privados

31 Agosto, 2012 - 08:29

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Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) assinalam sábado, pela última vez, a data em que passaram a ser uma empresa pública, nacionalizados pelas dificuldades sentidas pela administração, que se repetem após 37 anos de gestão pública.

Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) assinalam sábado, pela última vez, a data em que passaram a ser uma empresa pública, nacionalizados pelas dificuldades sentidas pela administração, que se repetem após 37 anos de gestão pública.

A fundação dos ENVC remonta a junho de 1944, no âmbito do programa do Governo para a modernização da frota de pesca do largo, e começaram por ser liderados por um grupo de técnicos e operários especializados, oriundos dos Estaleiros Navais do Porto de Lisboa.

A empresa firmou logo contratos para construir três navios de arrasto lateral, para a pesca do bacalhau, e na altura eram já mais de 800 trabalhadores, número que chegaria mais tarde aos 2.000.

Em 1955, sob a gestão do empresário Jacques Lacerda, e em pleno momento de vitalidade económica, os estaleiros viveram um dos momentos mais caricatos da sua história.

Além de construção naval, passaram a gerir também a Pousada de Santa Luzia, no monte com o mesmo nome, sobranceiro à cidade de Viana do Castelo, devido às dificuldades de exploração vividas pela principal unidade hoteleira da região, que corria o risco de fechar.

Essa gestão, tida como um símbolo da relação de proximidade mantida durante décadas entre a empresa e a cidade, prolongou-se durante 19 anos.

Em 1971, os ENVC sofrem uma mudança estrutural e o grupo CUF, que já detinha os Estaleiros da Lisnave, assumiu uma posição maioritária no capital da empresa de Viana, anunciando um projeto de desenvolvimento que nunca chegou a ser concluído, face à revolução de 1974.

Com a crise instalada e praticamente sem trabalho, já que vivia sobretudo da construção para armadores nacionais, a administração dos ENVC, apoiada pelos trabalhadores, pediu ao Governo a nacionalização, para evitar a falência.

A 01 de setembro de 1975 é decretada a nacionalização dos ENVC e, apesar de sucessivos aumentos de capital, seis anos depois, os prejuízos acumulados totalizavam, aproximadamente, 1,3 milhões de contos.

A situação melhorou durante a década de oitenta e os estaleiros conseguem apresentar os melhores resultados de sempre, com 31 navios de carga construídos para a então U.R.S.S.

Um negócio que acabou em 1993, altura em que os resultados da empresa se começaram a deteriorar, até aos atuais mais de 260 milhões de euros de passivo, e numa altura em que emprega 630 trabalhadores.

Em 2012, face às dificuldades financeiras e tendo em conta a necessidade de modernização da empresa, o Governo aprovou a alienação da totalidade do capital social, processo ao qual concorrem quatro grupos de investidores, provenientes de Portugal, Rússia, Brasil e Noruega.

A reprivatização da empresa, assegura o Governo, vai tentar “maximizar” os postos de trabalho e a identidade dos ENVC, assim como um projeto de futuro para o maior construtor naval português, devendo o processo estar totalmente concluído até final do ano.

Pelo meio ficam mais de 200 navios, de todo o tipo e para dezenas de países, construídos ao longo da história da empresa.

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