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Viana do Castelo

ENVC: Privatização recebeu “dezenas de contactos” e manifestações de interesse – Governo

13 Julho, 2012 - 16:49

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O secretário de Estado da Defesa Nacional admitiu hoje que foram recebidos “dezenas de contactos” sobre a reprivatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), havendo neste momento sete interessados, nacionais e internacionais.

O secretário de Estado da Defesa Nacional admitiu hoje que foram recebidos “dezenas de contactos” sobre a reprivatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), havendo neste momento sete interessados, nacionais e internacionais.

“Houve dezenas de contactos, há neste momento sete manifestações de interesse e agora irá iniciar-se o processo de consultas formais. Há interessados nacionais e internacionais. Esperamos poder concluir este processo entre setembro e outubro”, explicou Paulo Braga Lino, esta tarde, de visita aos ENVC.

O governante realçou que a manutenção do maior número de postos de trabalho será uma condição a ter em conta no processo de reprivatização, aprovado quinta-feira em Conselho de Ministros, e que prevê a alienação total do capital social da empresa, detida atualmente pela Empordef, holding do Estado para as Indústrias de Defesa.

“Acredito profundamente no nosso empenho para encontrar uma solução. Não podemos ter uma situação como aquela de junho do ano passado em que, na prática, tínhamos em cima da mesa uma ordem para despedir mais de 400 trabalhadores”, sublinhou.

O secretário de Estado da Defesa Nacional falava aos jornalistas antes da tomada de posse da nova Comissão de Trabalhadores (CT) dos estaleiros.

“É uma cerimónia particularmente relevante, considerando sobretudo a relação que temos mantido com a comissão de trabalhadores, cessante e futura. Representa um fim e início de ciclo, que coincide com um novo ciclo para os estaleiros”, admitiu ainda.

O governante esteve presente na posse da nova CT, a mais jovem de sempre da empresa, mas acabou por se ausentar, tal como a restante administração dos ENVC, pouco antes da intervenção dos novos representantes dos trabalhadores, o que gerou algumas criticas.

“Já que se deslocaram cá, deveriam cá ter ficado para ouvir o que a nova comissão de trabalhadores tinha para dizer”, comentou, no final, António Costa, o novo coordenador da CT.

Segundo confirmou à agência Lusa fonte do Gabinete de Paulo Braga Lino, esta ausência ficou a dever-se a compromissos de agenda, dos quais a CT estava “informada”.

Apesar do episódio, António Costa admite que o Governo “pretende resolver o problema dos ENVC de uma forma séria”, mesmo que não concordem com o modelo de reprivatização.

“Os ENVC devem continuar sob alçada do setor empresarial do Estado, porque é uma empresa estratégica”, afirmou o porta-voz dos 630 trabalhadores.

Acrescenta que se forem confirmadas as encomendas, no valor de 370 milhões de euros, para a Marinha e avançar a construção dos dois asfalteiros para a Venezuela, independentemente do processo de reprivatização, a empresa até precisará de mais trabalhadores.

“Se forem cumpridos esses contratos, haverá espaço para mais mil a 1.500 trabalhadores”, garantiu ainda.

Fundada a 04 de junho 1944, no âmbito do programa do Governo para a modernização da frota de pesca do largo, a empresa começou na forma de uma sociedade por cotas de responsabilidade limitada, com o capital social de 750 contos.

Acabou por construir mais de 200 navios e chegou a empregar perto de 2.000 trabalhadores.

Hoje restam cerca de 630 trabalhadores e só 300 saíram nos últimos cinco anos.

O passivo acumulado da empresa, que ultrapassa já os 260 milhões de euros, é um dos aspetos mais delicados a definir neste processo de reprivatização.

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