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ENVC: “Atlântida” está há um ano ancorado em Lisboa e ainda sem destino

28 Agosto, 2012 - 08:18

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Há precisamente um ano que o ferryboat “Atlântida” está ancorado na base naval do Afeite, em Lisboa, mas, apesar do interesse demonstrado por vários armadores e países que o visitaram, continua sem ter qualquer destino definido.

Há precisamente um ano que o ferryboat “Atlântida” está ancorado na base naval do Afeite, em Lisboa, mas, apesar do interesse demonstrado por vários armadores e países que o visitaram, continua sem ter qualquer destino definido.

A chegada do “Atlântida” ao Alfeite aconteceu a 28 de agosto de 2011, depois de uma viagem de menos de 24 horas que começou nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), onde esteve ancorado durante dois anos, após a sua conclusão.

Segundo fonte da empresa, nos últimos meses recebeu “dezenas” de pedidos de informação e até a visita de armadores e adidos militares e comerciais de várias embaixadas em Portugal.

Contudo, o negócio continua a esbarrar nas dificuldades de financiamento, além de algumas questões técnicas, como a porta de embarque, já que o navio foi desenhado especialmente para os portos dos Açores.

A venda do navio está ainda ser promovida por brokers internacionais em vários sítios da especialidade na internet.

Em março deste ano, a administração dos ENVC admitiu que a empresa já gastou nove milhões de euros com o ferryboat “Atlântida”, apenas na manutenção e seguros, após a rescisão do contrato, em 2009.

Os números revelados à agência Lusa apontam que, só em manutenção, o navio representa um custo anual para a empresa pública de 500 mil euros e em seguros cerca de 400 mil euros.

Além disso, a empresa tem ainda custos anuais, relativos a encargos financeiros com o navio, de 1,3 milhões de euros, o que eleva a fatura total para 2,2 milhões de euros por ano.

O navio, com capacidade para transportar 750 passageiros e 150 viaturas, foi encomendado aos ENVC pela empresa pública Atlânticoline, detida pelo Governo Regional dos Açores, por cerca de 50 milhões de euros, mas acabou por ser rejeitado em 2009 por uma diferença velocidade máxima contratada.

Segundo os estaleiros, esta diferença – cerca de um nó à velocidade máxima -, provocaria um atraso de “cinco minutos” nas ligações inter-ilhas que o “Atlântida” deveria assegurar.

A somar a este valor há ainda 37 milhões de euros plasmados nas contas como défice proporcionado por este negócio.

Apesar do diferendo que em 2009 culminou com um acordo judicial entre as duas empresa públicas, a administração dos ENVC apresentou nos últimos dias uma proposta para ceder o “Atlântida” aos Açores, no âmbito do concurso internacional aberto pela Atlânticoline para fretar dois navios.

Os estaleiros garantiram um valor “muito abaixo” dos 16,4 milhões de euros previstos naquele concurso, mas esta proposta já foi afastada pela Atlânticoline que afirma aguardar ainda o pagamento de sete milhões de euros em atraso por parte dos estaleiros, relativamente ao acordo celebrado em 2009.

Para trás, ainda em 2011, ficou a hipótese de vender o ferryboat à Venezuela, por 42,5 milhões de euros, após o interesse demonstrado em 2010 por Hugo Chávez, durante a visita aos ENVC.

Através da Atlânticoline, o Governo dos Açores tinha encomendado aos estaleiros de Viana a construção dos navios “Atlântida” e “Anticiclone”, que seriam utilizados na operação de transporte marítimo de passageiros entre as ilhas do arquipélago.

Na sequência dessa encomenda, o executivo açoriano já tinha pago 37,3 milhões de euros quando, em abril de 2009, decidiu rejeitar o navio “Atlântida”.

Em dezembro de 2009, as duas empresas públicas chegaram a um acordo que obrigava os ENVC a pagarem 40 milhões de euros, em várias prestações e com o qual passaram a ser proprietários do “Atlântida” e dos blocos de aço que já estavam construídos para o “Anticiclone”.

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