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Alto Minho

ENVC: Associação do setor defende Brasil como solução “ideal” na reprivatização da empresa

29 Junho, 2012 - 09:21

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A entrada de investidores brasileiros nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), atualmente em processo de reprivatização, é vista pela associação do setor como a solução “ideal” entre as que estão em cima da mesa.

A entrada de investidores brasileiros nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), atualmente em processo de reprivatização, é vista pela associação do setor como a solução “ideal” entre as que estão em cima da mesa.

“Há um parceiro ideal, dos vários investidores que existem. O de origem brasileira é o que terá maior interesse para os Estaleiros de Viana do Castelo, pela carteira de encomendas que existe no Brasil, muito grande e impossível de satisfazer com a sua capacidade interna”, afirmou o secretário-geral da Associação das Indústrias Navais (AIN).

Segundo José Ventura de Sousa, além da língua e relações de proximidade entre os dois países, o interesse de investidores brasileiros nos ENVC destaca-se dos restantes conhecidos, China e Rússia, por ter encomendas próprias para “satisfazer”, quando os outros ainda têm que “procurar mercado”.

“No caso do Brasil é o próprio cliente, as encomendas estão lá”, sublinhou o responsável da AIN, durante uma conferência sobre construção naval, em Viana do Castelo, organizada pela Comunidade Intermunicipal do Alto Minho.

Além disso, disse ainda, os ENVC podem servir como plataforma para a formação profissional no setor da construção naval brasileira.

A hipótese de entrada de capitais brasileiros na empresa de Viana do Castelo é vista assim pela associação como uma forma de “complementar” a capacidade que já existe naquele país e contornar as “altas taxas aduaneiras” praticadas no Brasil, às importações.

“Associada a uma empresa brasileira, a situação é totalmente diferente”, defendeu José Ventura de Sousa, reconhecendo, contudo, a necessidade de “reestruturar” os ENVC.

“Primeiro é necessário que haja mercado. Depois que os estaleiros sejam competitivos, nomeadamente ao nível dos custos de trabalho e com preços de acordo com os que se praticam no mercado. Senão, ninguém coloca cá encomendas”, alertou.

Segundo fonte ligada ao processo, o caderno de encargos da reprivatização dos estaleiros deverá estar concluído “até final do mês de junho”, estando a ser ultimado por uma assessoria financeira, que definirá as bases do negócio.

“Depois, haverá um prazo para os eventuais interessados se pronunciarem, confirmando ou não o interesse que foram já manifestando ao longo do processo”, explicou a fonte, à Agência Lusa.

Durante o mês de junho, além do interesse manifestado por investidores da Rússia e da China, surgiram também brasileiros interessados no negócio, na sequência de uma recente visita do ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, àquele país.

A reprivatização da empresa, com menos de 650 trabalhadores e um passivo acumulado já superior aos 260 milhões de euros, nacionalizada em setembro de 1975, foi a solução encontrada pelo governo, mas desconhecem-se ainda as bases do futuro caderno de encargos.

Durante a conferência foram avaliadas as possibilidades de futuro para os ENVC e da própria construção naval nacional.
“Foi uma reflexão sobre o mar e a sua importância para Portugal, que pode e deve ser o nosso futuro. O mar e os ENVC são essenciais para a economia portuguesa e para o futuro de Portugal, com isto estamos também a dar argumentos ao Governo para que procure uma solução para a empresa”, admitiu José Maria Costa, presidente da Câmara de Viana do Castelo.

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