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Vale do Minho

Eclipse: Sindicato dos Enfermeiros acusa Governo de ‘hipocrisia’ pela falta de óculos adequados

19 Março, 2015 - 19:53

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A rádio Vale do Minho sabe de vários casos de professores obrigados a ‘desvalorizar’ o fenómeno no sentido de evitar que as crianças olhem para o céu sem proteção.

A Delegação Regional do Minho do Sindicato dos Enfermeiros lamentou esta quinta-feira a escassez de material distribuído pelo Governo no sentido de permitir uma observação segura do eclipse solar desta sexta-feira. O Ministério da Educação e Ciência alertou esta semana as escolas para os cuidados na observação deste eclipse total do Sol, devido aos riscos de lesões oculares, inclusive cegueira. O Governo avisou ainda que o Sol “nunca deve ser observado diretamente sem filtros solares oculares”, mais conhecidos como “óculos de eclipses”, nem através de óculos escuros, vidros negros fumados, películas ou negativos fotográficos e radiografias. A rádio Vale do Minho, à semelhança de muitos, procurou os ‘famosos’ óculos nas farmácias, nas óticas e nos Centros de Saúde de toda a região. “Não. Não temos esses óculos. Não recebemos nada”, disseram-nos contínuas vezes durante a semana.
Em declarações à rádio Vale do Minho, Guadalupe Simões, do sindicato dos enfermeiros considera que “esta situação é aquilo a que este Governo nos tem habituado. O Ministério da Educação alerta as escolas, sabe que está a falar com crianças e depois não dá o ‘salto’. Este é um fenómeno natural e as pessoas, nomeadamente as crianças, têm curiosidade em observar. O mínimo a fazer seria ter disponibilizado os óculos para que as nossas crianças, em segurança, pudessem ver o eclipse. Isto só demonstra a hipocrisia deste Governo no que diz respeito a medidas de segurança e ao tratamento dos cidadãos”.
A rádio Vale do Minho já ouviu também alguns docentes da região que, na falta destes óculos, disseram que vão optar por “desvalorizar o eclipse” desta sexta-feira. Tudo no sentido de evitar que as crianças olhem para o céu durante o momento do fenómeno. O sindicato dos enfermeiros considera este cenário “profundamente lamentável tendo em conta que há um Governo que defende a aposta nas novas tecnologias”, continuou Guadalupe Simões. “Os professores vão sentir-se lesados naquilo que é também o seu dever. Creio que todos os docentes gostariam de aproveitar da melhor forma este eclipse para explicar às crianças o seu significado”, acrescentou a sindicalista.
O eclipse solar desta sexta-feira será o maior desde 1999. Será visível em toda a Europa, Norte de África e Rússia. Em caso de boa visibilidade para o céu, o sol começará a ficar tapado pela lua a partir das 8h00. O ponto máximo do eclipse deverá ser atingido uma hora depois, com todo o distrito de Viana do Castelo a ver menos de 50 por cento do sol. O fim do fenómeno deverá ocorrer por volta das 10h20.
O Norte da Escandinávia e as Ilhas Faroé vão assistir a um eclipse total, sendo que Torshavn, a capital das Ilhas Faroé, vai ficar durante dois minutos e dois segundos de completa escuridão (durante a manhã).
Pela internet surgem constantes alertas médicos. De acordo com os mesmos, o sol não deve ser olhado sem qualquer proteção. A radiação que vai ser emitida é muito elevada e, mesmo que o observador não sinta nenhum desconforto imediato na retina, em poucos minutos poderá ficar com lesões de extrema gravidade e só horas mais tarde se conseguirá aperceber dos danos. Em caso de não conseguir os óculos, os médicos recomendam a observação do eclipse através da internet.
Este fenómeno só voltará a acontecer na Europa em agosto de 2026.

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