Perante a falta de regulação do preço de leite, há produtores no Alto Minho que, neste momento, estão apenas a sobreviver e ponderam fechar portas.
A garantia é do presidente da Assembleia-Geral da Vessadas, Associação para o Desenvolvimento Agrícola e Rural das Terras de Coura, e também sócio-gerente de uma unidade leiteira.
Francisco Fernandes tece um cenário negro, provocado pela subida “vertiginosa” dos custos de produção nos últimos meses, e não tem dúvidas de que este já não é um setor rentável.
Se em 2007 o custo de alimentação de uma vaca rondava os 4,50 euros, produzindo 13 euros de leite por dia, este ano a despesa com a ração subiu para os 6,80 por vaca, e a receita caiu para os nove euros.
Contas feitas, há cinco anos ainda restavam nove euros para a manutenção diária, quando atualmente são apenas 2,20.
Francisco Fernandes diz que a intervenção do governo é “urgente”, sob pena de aqui a seis meses, se tudo se mantiver na mesma, “não existir produção de leite”.
“Há exploração e aproveitamento do setor”, denuncia.
No Alto Minho, os concelhos de Viana do Castelo e de Ponte de Lima são os que contabilizam o maior número de produtores, 35 cada, sendo que os restantes municípios têm uma média de sete.
No entanto, cinco produtores de Paredes de Coura conseguem produzir metade do leite, por exemplo, recolhido no concelho de Viana do Castelo.
Recorde-se que Portugal é o país que produz o preço do leite mais baixo da Europa.
O Governo prometeu apresentar, em Setembro, propostas legislativas para as explorações leiteiras, mas a Associação dos produtores de Leite de Portugal temem que entre a apresentação, o debate, a aprovação, a promulgação, a publicação e regulamentação, demore muito tempo, e algumas empresas sejam obrigadas a fechar portas.
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