A exclusão de um terreno com 4.900 metros quadrados do regime florestal parcial do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) vai permitir a uma instituição social de Melgaço construir um centro de apoio a idosos.
A decisão de desafetar esta parcela de terreno foi publicada hoje em Diário da República e surge a pedido da Associação Castro Solidário (ACS), que ali pretende construir uma unidade com as valências de centro de dia e apoio domiciliário para servir a população idosa da freguesia de Castro Laboreiro.
Este projeto está avaliado em mais de 600 mil euros e conta com uma candidatura a fundos comunitários, para 75 % do valor total, já aprovada.
“Esteve um pouco parado, a aguardar pela desafetação deste terreno, mas agora tem todas as condições para avançar. É de uma inegável necessidade porque Castro Laboreiro tem 42 lugares, alguns a quilómetros de distância da sede da freguesia”, explicou à agência Lusa Rui Solheiro, presidente da Câmara de Melgaço.
Aquela autarquia apoiou tecnicamente e financeiramente a elaboração do projeto e a assembleia de compartes dos baldios de Castro Laboreiro cedeu, gratuitamente, os terrenos, agora desafetados do regime florestal parcial para permitir a construção, à ACS.
“Nesta primeira fase será possível avançar com o centro de dia e o apoio domiciliário a estes idosos, que vivem numa freguesia de montanha, muito isolados. Com estas condições criadas seguir-se-á, mais tarde, uma segunda fase e a construção de um lar de idosos, elevando o investimento global para mais de dois milhões de euros”, disse ainda Solheiro.
Segundo o decreto do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território hoje publicado, a exclusão do terreno, junto à sede da vila de Castro Laboreiro e integrado no perímetro florestal das Serras do Soajo e Peneda (PNPG), “visa permitir a construção de um lar da terceira idade, um centro de dia e outras estruturas de apoio social”.
A localidade de Castro Laboreiro foi sede de concelho entre 1271 e 1855, chegando a ter tribunal, paços do concelho e até uma cadeia.
Com cerca de meio milhar de habitantes, a localidade tem grande parte do seu território, perto de 90 quilómetros quadrados totalmente de montanha, integrado na área do PNPG.
Dista 25 quilómetros do centro da vila – classificação que reconquistou em 2009 -, à sede do concelho de Melgaço, sendo uma das mais isoladas populações do Alto Minho e, simultaneamente, das maiores, em termos de área.
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