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Alto Minho

Deputados do PS colocam em causa Aguiar-Branco se falhar venda dos estaleiros

11 Fevereiro, 2013 - 16:09

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Os deputados socialistas que integram a Comissão Parlamentar de Defesa admitiram hoje que se a venda dos estaleiros de Viana falhar “estará em causa” a continuidade do ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco.

Os deputados socialistas que integram a Comissão Parlamentar de Defesa admitiram hoje que se a venda dos estaleiros de Viana falhar “estará em causa” a continuidade do ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco.

“O nosso entendimento é que [caso falhe a reprivatização] estará em causa, nomeadamente, a legitimidade [do ministro] para continuar no exercício de funções, face à garantia efetiva de que tinha uma solução para os estaleiros de Viana”, afirmou Jorge Fão, porta-voz da comitiva socialista.

No final de uma visita aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), os deputados socialistas que integram aquela comissão mostraram “grande apreensão e até revolta” com a situação atual.

“Encontrámos uns estaleiros dramaticamente parados, com um ar fantasmagórico, o que merece a nossa condenação. Saímos daqui muito mais preocupados do que antes de termos vindo, face a um cenário de completa improdutividade”, disse ainda Jorge Fão.

A isto acrescentou que o PS aguardou “um ano e três meses” para “perceber ser a privatização acontecia ou não”, afirmando que a decisão política está nas mãos do Governo “desde 14 novembro”.

“Tememos pelo fim dos ENVC, mas não admitimos que isso venha a acontecer. O que estamos a ver é o falhanço rotundo neste processo, por parte do Governo, que não só não privatizou como não deu sequência a absolutamente nada”, criticou ainda, citando os negócios com a Marinha, anulados, e com a Venezuela, ainda por lançar.

Face às dúvidas levantadas por Bruxelas sobre 180 milhões de euros de apoios estatais atribuídos aos ENVC entre 2006 e 2010, a reprivatização está suspensa.

“Esta questão só se coloca agora porque o Governo tem um plano de privatização dos ENVC que passa por deixar no Estado os passivos e passar para os privados exclusivamente os ativos”, afirmou o socialista Marcos Perestrello, também presente na visita.

O deputado e ex-secretário de Estado da Defesa do período 2009-2011 reconheceu que foram disponibilizados “empréstimos” pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças, no valor de 56 milhões de euros, e que “eram essenciais ao funcionamento” dos ENVC.

“O Estado não podia deixar de os ter feito”, assumiu Perestrello.

Dos dois grupos que chegaram à fase final da reprivatização, os brasileiros da Rio Nave já confirmaram a desistência, restando os russos da RSI Trading, com uma proposta vinculativa válida até início de março.

No final da visita autónoma socialista aos ENVC, agendada depois dos partidos da maioria terem inviabilizado a presença oficial da comissão, aqueles deputados insistiram na necessidade de o Governo esclarecer se será feita uma “correção da trajetória” à reprivatização.

“A tutela deve mudar, e rapidamente, [da Defesa] para a Economia. É indispensável integrar esta empresa no programa de reindustrialização do país, através de um plano de recuperação”, rematou Jorge Fão.

Além da administração dos ENVC, os deputados reuniram com a comissão de trabalhadores que, no final, lançou o apelo ao primeiro-ministro para que visite a empresa.

“Que venha a Viana do Castelo, visitar os ENVC, porque tem de ter a noção exata do que se passa e do ponto a que a empresa está a chegar”, afirmou António Costa, porta-voz dos 625 trabalhadores.

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