Uma criança de dois anos que nasceu sem uma mão vai receber uma prótese mioelétrica, na quinta-feira, paga através de uma doação anónima depois de frustrada uma campanha de recolha de tampas de plástico.
“Posso dizer que 26 de janeiro (quinta-feira) será o segundo dia mais feliz da minha vida. O primeiro foi quando ele nasceu, o segundo será quando o vir a mexer a mãozinha”, contou hoje à Lusa Elisabete Farinhoto, a mãe da criança, de Caminha.
Metade dos 8.400 euros necessários à colocação desta prótese já foi pago em dezembro por um anónimo que decidiu suportar na íntegra este custo, depois de perceber as dificuldades da família, sobretudo após frustrada a campanha de recolha de “tampinhas”.
“É avô e quer dar a mão ao Diogo. Foi um verdadeiro anjo que nos apareceu, é a única coisa que podemos dizer”, acrescenta Elisabete, reconhecendo que o processo ainda agora está a começar.
“Esta já fica agora paga. Daqui para a frente temos de continuar a arranjar dinheiro, porque a cada dois anos, até à idade adulta, vamos ter de trocar de prótese”, recorda.
Entretanto, a criança já realizou vários testes à prótese que vai receber na quinta-feira.
“No início, fazia os movimentos sem controlar. Agora quando fomos tratar do molde, já sabia perfeitamente quando queria abrir e fechar a mão. Fazia tudo quase normalmente”, confessou a mãe.
Para tentar garantir a compra desta primeira prótese, foi promovida em 2011 uma campanha de angariação de fundos, desenvolvida pela cooperativa Dar-a-Sorrir e que se traduziu na recolha de tampinhas, entre outras iniciativas, mas que acabou em polémica.
A Ceinop, uma empresa da Póvoa de Varzim, teria prometido financiar a mão em troca de 18 a 19 toneladas de tampinhas, o que deveria ter acontecido em agosto.
Acabaram por recolher em todo o país cerca de 23 toneladas, quando foram informados que, afinal, seriam necessárias 46 toneladas, tendo em conta que o plástico passou de 450 euros por tonelada para 200 euros.
A administração da Ceinop disse apenas que a necessidade das 19 toneladas terá resultado de “um mal-entendido” provocado por uma cooperante da Dar-a-Sorrir.
Esta associação reservou explicações sobre a situação para mais tarde.
“Entreguei tudo, mesmo assim ainda estamos a falar de 4.000 euros, e nunca me deram sequer um papel. Por isso, com estas pessoas, já não quero mais nada, apenas dar seguimento para entregar esse dinheiro a outra criança que precise”, rematou.
O Diogo nasceu a 20 de maio de 2009, sem a mão direita, alegadamente vítima de uma amputação dentro da barriga, mas desde agosto que usa uma mão estética.
FONTE: LUSA
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