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É um edifício que faz parte da vida de qualquer cerveirense. Apesar de emblemático, serão ainda poucos os que conhecem a história deste imponente espaço que abriga os Paços do Concelho.
Em breves linhas, é preciso recuar até à Idade Média. O Castelo de Cerveira acolheu, ao longo dos séculos, vários serviços jurídicos, religiosos, militares, e a própria Câmara Municipal funcionou, durante largos anos, num edifício no interior das muralhas, onde ainda hoje permanece o icónico Pelourinho, símbolo de jurisdição municipal.
Mas, o evoluir dos tempos e as exigências da sociedade obrigaram a repensar um novo edifício para servir de Paços do Concelho, e os primeiros sinais datam de 1908, com o assunto a ser levantado em reunião de câmara.
Em apenas um ano, o projeto da autoria do arquiteto Carlos Fernandes Leituga foi aprovado por unanimidade. No entanto, a história revela que o processo de edificação foi longo e com alguns contratempos, desde logo financeiros e burocráticos, mas sobejamente resolvidos com pronta resposta de beneméritos cerveirenses.
O início da construção do edifício remonta a janeiro de 1916, tendo sido inaugurado a 9 de abril de 1921. Faz esta sexta-feira precisamente 100 anos.
Placa existente nos Paços do Concelho de VN de Cerveira que recorda a data de inauguração
[Fotografia: Município VN Cerveira]
Ora, a data não irá passar evidentemente ao lado do Município. Apesar da pandemia COVID-19, esta efeméride é assinalada, esta sexta-feira, com uma cerimónia simbólica e restrita, e que também marca o arranque da vasta programação alusiva aos 700 anos da Fundação de Vila Nova de Cerveira (1 de outubro de 1321).
Este é, portanto, ano de dupla festa para o concelho: o primeiro centenário do edifício dos Paços do Concelho e os sete séculos da atribuição do foral a Vila Nova de Cerveira pelo Rei D. Dinis.
Dando cumprimento às diretrizes emanadas pela Direção Geral de Saúde, a cerimónia prevista para esta sexta-feira inicia às 9h30, com o ato de hastear das bandeiras acompanhado pela Academia de Música Fernandes Fão e com Guarda de Honra dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Cerveira, seguindo-se um recital de poesia nas varandas do Salão Nobre, com as poetisas cerveirenses Maria José Areal e Adelaide Graça.
Pela singular importância, este momento ficará gravado na memória futura com o descerramento da placa comemorativa ao centenário e, como a 9 de abril, também se assinala o Dia do Soldado Desconhecido, consta do programa a colocação ode uma coroa de flores n’ A Memória, monumento alusivo à Guerra Peninsular, assim como alargar esta homenagem aos militares mortos durante a Guerra Colonial (1961-1974), com ato idêntico no monumento erguido na Avenida Heróis do Ultramar.
A cerimónia culmina com uma restrita e curta sessão solene no Cineteatro de Cerveira, na qual será projetado um breve documentário e apresentado o livro Paços do Concelho de Vila Nova de Cerveira – 100 anos de serviço público, com o intuito de registar o contexto que levou os antepassados Cerveirenses a lutar pela necessidade de construção de um novo edifício para acolhe os serviços públicos, deixando material para memória futura.
[Fotografia: Cerveira Nova / DR]
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