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Caminha

Caminha/PDM: PSD alerta para «tornado» que vai «arrasar o concelho»

23 Dezembro, 2016 - 01:04

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Para os socialistas, trata-se de um «documento equilibrado, que defende a paisagem e as pessoas, que potencia o turismo e a economia».

O Executivo Municipal de Caminha aprovou o novo PDM do concelho. O documento não escapou, no entanto, às críticas da oposição social-democrata. “[O novo PDM] será castrador e prejudicará gravemente centenas e centenas de famílias, afastando nitidamente o aparecimento de possíveis investidores”, considera o PSD. “Foi aprovado um PDM que será uma oportunidade perdida para promover e concretizar um novo rumo estratégico para o concelho, sendo em alguns aspectos, um enorme retrocesso. Para agravar tudo isto é um PDM atentatório do património imobiliário de centenas e centenas de caminhenses que será fortemente desvalorizado”, critica a direita caminhense.
À esquerda, a gestão socialista lembra que em três anos foi possível completar um processo que se arrastava desde 2006, “deixando o concelho sem uma estratégia em matéria territorial. O documento é equilibrado, defende a paisagem e as pessoas, potencia o turismo e a economia e permite o crescimento populacional, estando preparado para acomodar um aumento da ordem das 10 mil pessoas ao longo da próxima década”. Para o presidente da Câmara, Miguel Alves, “o novo PDM resulta de um debate transparente e participativo, de um trabalho realizado sem recursos externos nem a avenças milionárias, como aconteceu antes. Foi possível desenhar um território que, sendo sustentado no turismo, valoriza a paisagem, a qualidade de vida e os espaços públicos cuidados”. A maioria socialista considera ainda que “o novo texto prepara o concelho para um crescimento substancial, sem comprometer as condições que garantem a qualidade de vida e a sustentabilidade do território de Caminha”.

“PDM frustra expectativas e direitos adquiridos”

Em discordância total com a visão dos socialistas, o PSD Caminha considera que “o documento frusta as expectativas e até direitos adquiridos de muitos cidadãos”. A justificar, os sociais-democratas deixam algumas questões: “Como é possível justificar retirar de solo urbano terrenos servidos por infraestruturas e incluir outros que não as possuem? Pedras no sapatinho para uns e prendas para outros?”.
Já o vice-presidente da Câmara, Guilherme Lagido, explicou que “o território de Caminha é fortemente condicionado em termos de áreas que são reserva em matéria ambiental. No entanto, foi possível preparar a parte urbana para um crescimento substancial. Este não é um crescimento expectável, mas o que importa considerar é que o território não se apresenta estrangulado nessa matéria”.
À direita, o PSD lamenta a não aceitação de várias sugestões “para minimizar” o impacto deste PDM. Entre elas a aquisição de terrenos junto aos nós da A28 para poder criar pólos industriais competitivos promovendo assim a criação de emprego; e reclassificação para Espaços de Actividades Económicas toda a área das antigas pedreiras, em Vila Praia de Âncora, junto à rotunda de acesso à A28, por dispor de excelente localização e acessibilidade. “Este executivo socialista determinou que fosse reduzida a capacidade construtiva de terrenos em zonas de construção consolidadas assim como a sua capacidade de impermeabilização, ou seja, reduziu duas vezes os direitos e o valor dos terrenos!”, atira o PSD. “Loteamentos já aprovados também viram a sua capacidade de construção reduzida. O PS ignorou os direitos das populações e das famílias que detinham um pequeno terreno para dividir pelos filhos com o intuito de construírem casa ou investir e pura e simplesmente, reduzem a capacidade de construção”.
A concluir, a oposição alerta para “um verdadeiro tornado” que se prepara “para arrasar o concelho de Caminha e o PSD nada pode fazer contra a vontade de uma maioria autoritária e ditadora de vontades, que se acha com o direito de retirar às pessoas direitos adquiridos com os seus terrenos apenas porque lhes apetece”.
O documento vai agora ser submetido à apreciação e votação da Assembleia Municipal.

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