Liliana Silva, deputada pelo PSD eleita por Viana do Castelo na Assembleia da República, continua a colocar questões à maioria socialista. Desta vez, foi olhos nos olhos com outro alto-minhoto: o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. Natural de Caminha e também vereadora na Câmara local, a deputada não esquece o encerramento da Ancorensis Cooperativa de Ensino, em 2016. Na altura, a vereação laranja lamentou “o caos instalado para mais de 400 alunos que ficaram sem escola” no início desse ano letivo [2016/2017].
Não demorou até que o Ministério da Educação (ME) garantisse existência de vagas aos alunos caminhenses afetados pela não abertura de portas da Ancorensis Cooperativa de Ensino no ano letivo 2016/2017. Em nota enviada à imprensa, o ministério tutelado por Tiago Brandão Rodrigues garantiu a existência de vagas noutras escolas públicas do concelho.
Esta quarta-feira, Liliana Silva voltou à carga. “Procederam ao corte do financiamento de escolas com contrato de associação. E fizeram-no de forma indiscriminada! No caso de Vila Praia de Âncora, cortaram este financiamento alegando que a escola pública, a 50 metros, teria capacidade para acolher todos os alunos desta mesma escola com contrato de associação”, disse. “A verdade é que agora estamos perante uma realidade em que os alunos não conseguiram ir para esta escola pública. Tiveram de ir para freguesias vizinhas e até para concelhos vizinhos. Foi uma mentira muito grande!”, avaliou. “A própria escola teve de se readaptar com remedeios. Teve de fechar recreios cobertos para formar novas salas e tentar acolher o máximo de alunos. Pergunto assim ao Sr. Ministro se estão previstas obras de ampliação e remodelação na Escola Básica e Secundária do Vale do Âncora”, finalizou.
Na resposta, o Ministro da Educação foi pragmático. “O que nós conseguimos foi que Vila Praia de Âncora tem a escola secundária que até agora não tinha”, disse o Governante deixando implícito nas entrelinhas o investimento feito naquela escola, em 2016, a rondar os 185 mil euros, que incluíram a construção de dois laboratórios e a retirada das placas de amianto da cobertura, entre outros melhoramentos.
No ano seguinte, novo investimento. Desta vez na ordem dos 120 mil euros com mais três salas de aula completamente equipadas, mais espaço de recreio coberto e melhor isolamento acústico. As obras estão a decorrer, com um investimento de 120 mil euros por parte do Ministério da Educação, a que acresce a participação do Agrupamento de Escolas Sidónio Pais, que assume os custos com a parte acústica.
Já em 2018, nova requalificação iniciada naquela escola em setembro do ano passado no valor de 50 mil euros. Os trabalhos visaram sobretudo a necessidade de criar um espaço coberto na zona de recreio da escola de modo a que os alunos pudessem usufruir da vivência ao ar livre, mesmo em dias de intempérie ou muito calor. Só que estes números, reiterou a deputada, resultam numa “mentira”, diz Liliana Silva. “Estes investimentos feitos na escola comprovam a mentira de que a escola teria condições para acolher todos os alunos”, concluiu.
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