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Caminha

Caminha: PSD acusa Executivo socialista de ‘atitude ditatorial’ sobre o Ensino

30 Junho, 2016 - 09:31

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Sociais-democratas e APEVA contra junção dos três ciclos na Escola Básica de Vila Praia de Âncora.

O PSD Caminha acusa o executivo socialista da Câmara local de ter uma “atitude ditatorial” sobre o Ensino. A autarquia caminhense anunciou ontem que a secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, determinou a abertura do 10.º ano, no próximo ano letivo, na Escola Básica de Vila Praia de Âncora, iniciando-se, assim, o ciclo de estudos do Ensino Secundário que culminará, nos próximos três anos, com a disponibilização, à comunidade servida por esta escola, de uma oferta de ensino regular completa.
Em conferência de imprensa, o Executivo liderado por Miguel Alves congratulou-se por estar assim assegurado o Ensino Secundário para Vila Praia de Âncora. “Esta decisão só foi possível porque o Ministério da Educação reconheceu o esforço do Município na área da Educação e o excelente trabalho do Agrupamento de Escolas Sidónio Pais que, com esta decisão, passará a integrar duas escolas de qualidade com Ensino Secundário”, explica a edilidade. “Para melhorar as condições de acolhimento dos alunos, o Ministério da Educação iniciará, nos próximos dias, um investimento que se estima em 185 mil euros, para a substituição parcial de coberturas de fibrocimento, arranjos gerais das instalações e remodelação de espaços para montagem de laboratórios de física e biologia”, acrescenta. Os trabalhos deverão ficar concluídos antes da abertura do próximo ano escolar.
No entanto, esta medida não caiu bem noutras frentes. A oposição social-democrata e a própria APEVA (Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos dos Estabelecimentos de Ensino do Vale do Âncora) já vieram lançar chumbo sobre esta ideia.

PSD: “Querem transformar escolas em campos de concentração”

Do lado do PSD “lamenta-se a ignorância política do dr Miguel Alves na área da Educação”. A força política liderada por Liliana Silva diz mesmo que “só alguém que nunca educou nenhum filho é que pode considerar normal e um facto histórico colocar crianças de 6 anos de idade (1º ciclo) junto de adolescentes de 17 e 18 anos (ensino secundário) no mesmo espaço. Esta é uma atitude ditatorial que em nada abona a favor da Educação”. Sem poupar nas críticas, o PSD sublinha em comunicado que “uma coisa é apoiar-se o ensino público, outra coisa é querer transformar as nossas escolas em Campos de Concentração de jovens, colocando-os em massa no mesmo local sem condições para os albergar e misturando crianças pequenas com pré-adultos”.
O discurso da direita prossegue apoiado nos manuais e batalhas contadas pela História. “Nem na altura de Salazar colocavam os alunos de primeiro ciclo junto de alunos do ensino secundário. O novo regime ditatorial da geringonça está a levar-nos a ter condições terceiro mundistas ao nível da Educação no nosso concelho”.
Sobre as intervenções a realizar no espaço, o PSD parte para a denúncia. “O ministério da educação e o dr Miguel Alves ao assumirem que têm de fazer obras na escola básica para acolherem os alunos estão a assumir também que mentiram a todos os ancorenses e que afinal a escola básica não tinha capacidade para acolher todas as turmas e que irão gastar dinheiro do bolso dos contribuintes para fazerem obras numa escola quando têm outra no mesmo território com condições excelentes”, concluem os sociais-democratas.

Ancorensis: Estado assegura contratos para 8º, 9º, 11º e 12º anos

Ainda na conferência de imprensa desta quarta-feira, o Executivo Municipal anunciou que “no próximo ano letivo, o Estado continuará a assegurar os contratos para os 8º, 9º, 11º e 12º anos, transferindo para a Ancorensis cerca de 900 mil euros”.
Na resposta, o PSD considera “que a decisão de acabar com o 7º ano e 10º ano na Ancorensis, sob a premissa de que havia condições na escola básica é mentira”. A direita acredita que “estamos perante uma mera perseguição política à escola Ancorensis, desprezando todos os ancorenses e assumindo que para Vila praia de Âncora qualquer coisa basta, até colocar as crianças todas desde os 6 anos até aos 18 dentro do mesmo espaço, sem respeito pelas fases de desenvolvimento salutar de cada um e sem qualquer forma de divisão etária”.

APEVA: Junção dos três ciclos no mesmo espaço “não é salutar”

Entretanto, a APEVA também se pronunciou esta quarta-feira sobre a posição tomada pelo Executivo Municipal de Caminha. “Como pais não podemos considerar salutar a junção do 1º , 2º, 3º ciclo e secundário no mesmo espaço. A estrutura física da escola não permite a separação por níveis de ensino, mesmo havendo desfasamento de horários”, alerta aquela associação em comunicado. “A escola básica foi criada para acolher alunos do 2º ciclo. Se já nos parecia pouco correto a co-existência de 1º , 2º e 3º ciclo no mesmo espaço, quanto mais agora a existência de um ensino secundário que necessita de ser de excelência por ser uma das fases mais importantes no percurso educativo dos nossos filhos”, sublinha. “Se o objetivo é a coabitação de todos estes ciclos de ensino, então, primeiro criem-se condições e depois proceda-se às respetivas alterações e divisões no espaço respetivo, ouvindo todos os intervenientes no processo educativo”, apela a associação.

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