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Caminha

Caminha: Gestão do Forte da Lagarteira passa para o Município – PSD lamenta ‘oportunismo político’

8 Outubro, 2015 - 08:12

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Câmara conseguiu negociar com a Marinha Portuguesa a cedência do imóvel.

O Forte da Lagarteira, em Vila Praia de Âncora vai ter nova vida. A Câmara conseguiu negociar com a Marinha Portuguesa a cedência do imóvel e acaba de aprovar, em reunião do Executivo, o protocolo que estabelece as condições em que o edifício do século XVII vai ser utilizado pela autarquia, durante os próximos cinco anos, período após o qual poderá o mesmo protocolo ser renovado.
A localização privilegiada do Forte da Lagarteira, em pleno Portinho, e as suas potencialidades levaram este Executivo a encetar negociações com a Marinha vista à cedência do imóvel, uma vez que este se encontrava encerrado e sem aproveitamento. Todas as tentativas anteriores resultaram infrutíferas. A Câmara conseguiu uma cedência a título precário e gratuito, tendo a Marinha prescindido da exigência de uma renda, como chegou a ser falado antes. O Município assumirá a conservação, manutenção e custos de funcionamento, como água, eletricidade e gás, por exemplo.
Recorde-se que, pontualmente, o Executivo tinha já conseguido que a Marinha autorizasse a realização de alguns eventos, sempre com grande sucesso, o que reforçou a ideia de que o Forte poderia constituir uma mais-valia real da Vila e do próprio concelho.
Entre os eventos já ali realizados, destaque para o concerto com Teresa Salgueiro, que celebrou os 90 anos de elevação de Gontinhães à categoria de Vila – Vila Praia de Âncora. Mais recentemente, o imóvel foi palco do Fado Forte, evento integrado nas Viagens à Terra Nova. No mês passado, noutro contexto, acolheu também a cerimónia de receção aos professores.
Para Miguel Alves, estas são boas notícias para Vila Praia de âncora e para o concelho, que assim valoriza o seu património e o coloca ao serviço da população e do turismo. O presidente da Câmara destaca que o Forte da Lagarteira é um imóvel de referência no concelho de Caminha e, em particular, em Vila Praia de Âncora e tem um enorme potencial, nomeadamente para a realização de eventos.

PSD acusa socialistas de “oportunismo político”

Em nota de imprensa, os vereadores do PSD lamentam que a reunião de Câmara desta quarta-feira tenha ficado marcada “pelo oportunismo político perpetrado pelo presidente da Câmara Municipal de Caminha”. Dizem os social-democratas que “o acordo entre a Marinha e a Câmara Municipal para cedência do Forte da Lagarteira só foi conseguido porque o presidente da Junta de Freguesia Carlos Castro encetou inicialmente as diligências para tal”. Explica o PSD que “há uns meses atrás, o presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora, conseguiu uma reunião com o Almirante Cunha Lopes, para tratar da questão do Forte da Lagarteira, que a Junta queria que ficasse sob a sua responsabilidade para aí poder realizar eventos culturais e artísticos, de forma a dinamizar aquele equipamento. Sob a égide da boa fé, o presidente da Junta de Freguesia, convidou o sr. presidente da Câmara a estar presente nessa reunião onde foi dada a garantia de que o acordo de cedência seria aceite. Obviamente, que o presidente da Junta de Freguesia teria toda a amabilidade e gosto em fazer um acordo tripartido entre a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia e a Marinha, porque nunca teve o intuito de excluir ninguém”.
No mesmo documento, a vereação laranja acredita que “o presidente da Câmara, vendo aqui uma oportunidade de fazer mais um espectáculo ao seu jeito, sem comunicar nem chamar o presidente da Junta para participar na concretização do protocolo trá-lo a reunião de Câmara sem avisar , aquele que agiu de boa fé. Lamentável que em sede de reunião de Câmara não tenha querido colocar o nome da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora, num protocolo que foi idealizado pelos mesmos. Pior ainda, e grave, o facto de trazer este protocolo para aprovação dizendo que era da sua inteira iniciativa e responsabilidade, desprezando assim o verdadeiro mentor e impulsionador deste projeto protocolar que, a ser bem explorado pode ser manifestamente, interessante para Vila Praia de Âncora”.
Os vereadores do PSD votaram contra este protocolo, “não por estarem contra os objetivos do protocolo, pelo contrário, uma vez que os próprios foram os intermediários para a realização da primeira reunião com o Almirante Cunha Lopes, mas sim , porque o presidente da Câmara não quis fazer um protocolo tripartido onde contemplasse, de forma justa, a Junta de Freguesia”, explicam. “O presidente da Câmara mostrou mais uma vez, que não fala a verdade e que não tem qualquer pejo em passar por cima do que for para conseguir os seus objetivos políticos e neste caso em específico trata-se de um grosseiro ato de oportunismo político”, sublinham os social-democratas caminhenses.
O Forte da Lagarteira foi mandado construir por D. Pedro II (1640 – 1668/1690) na sequência das Guerras da Restauração da independência para o reforço da costa portuguesa perante a ameaça espanhola, integrando-se na linha de defesa estrategicamente colocada nas margens do rio Minho e ao longo da Costa Atlântica.
Segundo os especialistas, a sua planta estrelada com baluartes faz deste imóvel uma verdadeira fortaleza, tornando a designação de forte incorreta.
Há investigadores que sugerem que este imóvel, bem como outros construídos no séc. XVII na costa portuguesa entre Vila Praia de Âncora e Esposende, reúnem as mesmas características constituindo um modelo, representando o avanço no sistema de defesa e vigia e, possivelmente, resultam da elaboração do mesmo arquiteto projetista, havendo a hipótese de se estender até ao Guadiana, integrada uma política de defesa da costa e da linha de fronteira.
No interior, o Forte da Lagarteira possui uma pequena praça de armas enquadrada por três construções com cobertura e um jardim.

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