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Viana do Castelo

Câmara pede explicações sobre exclusão do Teatro do Noroeste dos apoios públicos

3 Abril, 2013 - 11:57

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O presidente da Câmara de Viana do Castelo disse hoje que vai pedir explicações à tutela da Cultura sobre a exclusão do Teatro do Noroeste da lista de apoios públicos concedidos até 2016.

O presidente da Câmara de Viana do Castelo disse hoje que vai pedir explicações à tutela da Cultura sobre a exclusão do Teatro do Noroeste da lista de apoios públicos concedidos até 2016.

“Espero sinceramente que seja um lapso, isto é muito grave. Vamos pedir a reapreciação do processo, eu próprio vou entrar em contacto com a Secretaria de Estado da Cultura para apurar o que se passa”, afirmou José Maria Costa.

A Direção Geral das Artes (DGArtes) anunciou na terça-feira que 54 entidades artísticas vão repartir cerca de 4,3 milhões de euros atribuídos nos concursos de apoios diretos, anuais, bienais e quadrienais na área do teatro.

O Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana (TN-CDV) apresentou uma candidatura para programação quadrienal, de 313.578 euros (2013), 326.658 euros (2014), 346.799 euros (2015) e 399.358 euros (2016), com 16 novas produções e a reedição do Festival de Teatro do Eixo Atlântico (Festeixo).

Contudo, contrariamente ao que aconteceu no período de 2009 a 2012, a companhia não recebeu qualquer verba da DGArtes, o que já levou a direção do TN-CDV a anunciar que vai recorrer da decisão, pedindo a sua reapreciação, conforme previsto no regulamento deste concurso.

“Mais uma vez é uma companhia da chamada periferia província que é prejudicada. Já estávamos habituados a que o CDV fosse prejudicado por estar a 400 quilómetros de Lisboa, mas o que se anuncia é um corte total”, enfatizou José Maria Costa.

O TN-CDV é a companhia residente no Teatro Municipal Sá de Miranda e, segundo o autarca socialista, a falta deste apoio coloca em causa o “trabalho meritório” desenvolvido em mais de 21 anos de atividade.

“Por vezes, o que vemos é que algumas das pessoas que sentam na cadeira da Cultura em Lisboa não conhecem o país real”, criticou.

A companhia de Viana do Castelo já levou à cena 113 produções, das quais 17 destinadas ao público infantil, envolvendo “mais 400 mil espetadores”.

No relatório de avaliação da candidatura do TN-CDV, a DGArtes aponta que as novas criações sugeridas foram apresentadas “apenas com sinopses dramatúrgicas, sem qualquer referência a outras opções de natureza estética, ao nível da encenação ou da interpretação, não sendo demonstrada significativa consistência estética em toda a programação”.

Isto “impede” que “se possa valorizar a qualidade artística do projeto”, lê-se ainda no documento, entre outros argumentos

Contactado pela agência Lusa, o diretor artístico da companhia afirmou tratar-se de uma decisão “estranhíssima”.

“Vamos reunir a equipa e pedir justificações, depois de uma leitura atenta da ata da decisão. Mas é estranhíssimo porque dos últimos anos, 2012 até foi o melhor de todos, não percebo como a companhia pode ser penalizada desta forma, não há razão para isto”, sublinhou Manuel Coelho.

Em 2012, garante a direção, a companhia “teve o seu ponto alto” com o maior número de espetadores em 20 anos, através da peça “Do céu caiu um Anjinho”, de Fernando Gomes, que também encenou e integrou o elenco, a ser vista em apenas vinte dias por 7.086 espetadores.

Já este ano, a peça infantil “Capuchinho Vermelho” soma “mais de 7.500 espetadores infantis” e para o público escolar existe mesmo uma “lotação esgotada” até junho, altura em que termina a carreira desta peça.

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