O presidente da Câmara de Viana do Castelo garantiu que a gestão do ex-Coliseu da cidade, a inaugurar em junho, será municipal, recusando a pretensão dos empresários locais, que queriam assumir a concessão do equipamento.
“Não há nenhum modelo de concessão, vai ser uma gestão da Câmara Municipal, articulada com outras instituições através de protocolos que vamos estabelecer”, afirmou o presidente da autarquia, José Maria Costa.
A Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) anunciou há dias a sua disponibilidade para gerir o ex-Coliseu, obra desenhada por Souto Moura e que custou 13,1 milhões de euros.
“Queremos ser parte da solução, intervir se possível na gestão. Se houver alguma concessão [do equipamento], a associação está em condições de ir a jogo”, afirmou o presidente da AEVC, Luís Ceia.
Já o autarca José Maria Costa esclareceu agora que tendo em conta tratar-se de um equipamento cuja construção foi suportada com fundos comunitários não é possível qualquer modelo de concessão.
“Mas também não abdicaremos da gestão deste equipamento, porque ele é municipal”, reforçou o presidente da Câmara.
O pavilhão multiusos, agora batizado como Centro Cultural de Viana do Castelo e anteriormente denominado de “Coliseu”, terá capacidade máxima para 4.000 pessoas.
Após sucessivos adiamentos, a Câmara anunciou este mês que a inauguração acontecerá em junho.
“Sabemos que não será uma gestão fácil, mas entendemos ter condições para encontrar uma solução que sirva a cidade. Não queremos ficar de fora do processo, tudo depende do futuro modelo”, sublinhou, anteriormente, Luís Ceia.
“Todas as propostas são bem-vindas, não só da associação empresarial como de outras, como já tenho recebido. Estamos abertos à cooperação e parcerias”, retorquiu José Maria Costa, assumindo o objetivo de “gerar atratividade, fluxo turístico e atividade económica”, com o novo equipamento.
A abertura do Centro Cultural de Viana do Castelo deverá acontecer a 18 de junho, “procurando associar a inauguração às comemorações da atribuição do foral [755 anos] a Viana”, explicou o autarca.
Lançada em 2007, esta obra, inicialmente denominada de pavilhão multiusos, já viveu várias peripécias e a construção chegou a ser suspensa, durante alguns meses, em 2011, por falta de financiamento.
Foi entretanto alvo de uma candidatura à Bolsa de Mérito da Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, que garantiu 85 % da verba necessária através de fundos comunitários.
Entre arranjos exteriores e a construção propriamente dita, vai custar mais de 13,1 milhões de euros.
Estará preparado para acolher eventos de grande dimensão como festivais de música, concertos, cinema, congressos, exposições e feiras.
Um equipamento que, afirma José Maria Costa, vai permitir “consolidar” a marginal da cidade, com a praça da Liberdade, projetada por Fernando Távora, e a biblioteca municipal, desenhada por Siza Vieira.
A autarquia admite estar à procura de “parceiros externos” para definir a programação do equipamento e “reduzir custos de produção”, nomeadamente com recurso a eventos nacionais e internacionais “distribuídos em rede”.
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