PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Paredes de Coura

Câmara critica “vergonhosa” degradação de sanatório abandonado

16 Janeiro, 2013 - 08:18

182

0

O presidente da Câmara de Paredes de Coura classificou como “vergonhosa” a “total degradação” do antigo sanatório do concelho, datado de 1934 e atualmente palco de jogos de aventura no interior.

O presidente da Câmara de Paredes de Coura classificou como “vergonhosa” a “total degradação” do antigo sanatório do concelho, datado de 1934 e atualmente palco de jogos de aventura no interior.

“Já vi tantas utilizações impróprias daquele espaço, em ruínas. É uma vergonha para quem tem a propriedade do antigo sanatório deixar a situação chegar a este ponto. É uma situação vergonhosa, de degradação total”, afirmou António Pereira Júnior.

Depois de ter sido palco de vários assaltos e local de criação de animais, o ex-sanatório de Mozelos é hoje utilizado por grupos de jovens praticantes de jogos de aventura e descoberta, por entre o que ainda resta do antigo espaço tratamento de doentes do foro mental.

Pelo interior, são deixadas pistas e o desafio consiste em encontrar a caixa do ‘tesouro’, escondida no interior, numa prática conhecida como “geocaching” e que prolifera através da Internet.

“Depois de cabras e porcos terem sido criadas no interior, e de alguns dos animais até acabarem por morrer lá dentro, e dos assaltos, esses jogos até nem são a pior utilização que o Estado permite acontecer”, observou o autarca socialista.

Na Internet, há registo de vários vídeos da prática destes jogos no interior do antigo sanatório “Presidente Carmona”, inaugurado em 1934 e reconvertido 70 anos depois em hospital psiquiátrico, quando chegou a ter em permanência cerca de 60 pacientes.

A desativação do espaço aconteceu em 2002.

Em 2008, o então Centro Hospitalar do Alto Minho (CHAM), proprietário do edifício, anunciou a intenção de o vender, numa altura em que um grupo espanhol demonstrou interesse em transformar a área, com 140 hectares, num campo de golfe de montanha.

O investimento deveria rondar os 50 milhões de euros, mas a hipótese nunca se concretizou, em parte – diz a Câmara – devido à indefinição sobre a tutela do edifício, processo que envolve os ministérios da Saúde e das Finanças.

A agência Lusa tentou obter um esclarecimento sobre a situação atual do imóvel junto da Unidade Local de Saúde do Alto Minho – que sucedeu ao CHAM -, mas sem sucesso.

Entretanto, segundo a autarquia local, o imóvel, que continua a ser propriedade pública, tem sido alvo de vários atos de vandalismo.

“Vemos sempre muita malta jovem por lá. Nessas circunstâncias, chamamos sempre a GNR porque se os portões estão fechados é para não entrar ninguém”, afirmou à agência Lusa o presidente da Junta de Mozelos.

O autarca Manuel Barbosa Nogueira admite sentir-se impotente face ao que vê.

“O que é que vamos fazer? Não é nosso, não podemos entrar lá, só dá para assistir à degradação total. Praticamente estão só as paredes de pé”, criticou.

Ainda assim, recorda-se do “movimento” que o antigo sanatório deu à freguesia, nomeadamente através da criação de dezenas de postos de trabalho.

“Quem viu aquele espaço e quem o vê agora”, atira.

Últimas