Autárquicas: BE não aceita recusa da Nacional de coligação com o PS

O núcleo de Caminha do Bloco de Esquerda (BE) disse hoje não aceitar a recusa dos órgãos nacionais do partido ao acordo de coligação com o Partido Socialista (PS) àquela câmara, entretanto aprovado nos órgãos locais.

Em comunicado enviado à agência Lusa, os responsáveis de Caminha do BE esclarecem que o acordo com os socialistas resultou “do sentir e da vontade diversas vezes expressa por muitas pessoas ligadas” ao dois partidos e, numa primeira fase, também ao Partido Comunista Português (PCP), que participaram nas negociações.

No mesmo documento, os dirigentes bloquistas afirmam que coligação seria “a forma mais adequada de constituir uma alternativa forte à governação PSD no concelho”, como resultado de “muitas reuniões nos últimos meses”.

“Após a segunda reunião, o PCP deu por finda a sua participação, não por discordar localmente do que se estava a construir mas por a orientação nacional do partido excluir qualquer solução deste tipo”, recordam.

O “resultado”, dizem ainda, foi um “bom acordo” de coligação “subscrito pelas organizações concelhias do PS e do BE, para ser aprovado pelas direções nacionais dos dois partidos” e que representava a “base de um bom projeto para tirar a direita do poder autárquico no concelho e trazer uma nova esperança aos caminhenses”.

“O PS distrital e nacional aceitou esse acordo. O BE distrital também. O BE nacional entendeu que por se tratar de uma coligação apenas entre os dois partidos contraria a orientação que decorre da Moção aprovada na última Convenção Nacional”, lê-se no mesmo documento.

O núcleo do concelho de Caminha do BE contesta, dizendo que “não considera que se possa inferir do texto da Convenção esta impossibilidade” e por isso afirma que “aguardará” pela realização da próxima Mesa Nacional do partido, órgão máximo deliberativo entre convenções, “para clarificar a situação e tirar todas as consequências políticas do que for decidido”.

A lista socialista à Câmara de Caminha nas próximas autárquicas será encabeçada por Miguel Alves.

A autarquia é liderada desde 2001 por Júlia Paula Costa, pelo PSD, que este ano não se recandidata por ter atingir o limite de mandatos. A lista social-democrata será liderada pelo atual vice-presidente da Câmara, Flamiano Martins.