Os autarcas e acionistas da ValorMinho, responsável pelo aterro sanitário do Vale do Minho, anunciaram a disponibilidade para comprarem parte do capital daquela sociedade, caso avance a privatização da Empresa Geral do Fomento (EGF).
A decisão, hoje divulgada, foi tomada em assembleia-geral da ValorMinho pelos líderes dos seis municípios que integram aquela sociedade, que vão solicitar ao ministério do Ambiente, enquanto acionistas, a adquisição de parte do capital social da ValorMinho, detida maioritariamente pela EGF.
Neste cenário, os municípios de Caminha, Vila Nova de Cerveira, Valença, Monção, Melgaço e Paredes de Coura passariam a deter a maioria do capital social da ValorMinho, surgindo esta hipótese tendo em conta a possibilidade de privatização da EGF admitida pelo Governo.
“A possibilidade de dispersão do capital por privados não é bem vista, uma vez que se trata de uma empresa que se situa na esfera do interesse público e que está ao serviço dos munícipes do sistema multimunicipal”, explica, em comunicado, o autarca de Vila Nova de Cerveira, José Manuel Carpinteira, que é também presidente da assembleia-geral da ValorMinho.
Também este mês, autarcas e acionistas da Resulima, responsável pelo aterro sanitário do Vale do Lima e Baixo Cávado – que envolve seis municípios dos distritos de Viana do Castelo e Braga -, aprovaram uma proposta idêntica de compra de 2% do capital daquela sociedade à EGF. Passariam a deter a maioria (51%) do capital social, assegurando a gestão da rede dentro da esfera pública.
O Governo prevê a privatização da EGF durante o ano de 2013, sendo esta a sub-holding do grupo Águas de Portugal responsável por assegurar o tratamento e valorização de resíduos.
A gestão destes sistemas é feita através de 11 empresas concessionárias, constituídas em parceria com os municípios servidos.
A ValorMinho é responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos sólidos no vale do Minho e gere o aterro sanitário que funciona em São Pedro da Torre, Valença.
Na posição que agora será transmitida à ministra Assunção Cristas, os seis autarcas daquela região recordam o trabalho realizado nos últimos anos, o qual “conduziu a uma empresa com elevado grau de maturidade e sustentabilidade técnico-económica que lhe permite estar na linha da frente dos indicadores ambientais, da qualidade de serviço prestado aos utilizadores e praticar a tarifa mais baixa do país”.
Empresa que, sublinham, encara o futuro “com algum otimismo, sem endividamento e com capitais próprios, apesar dos desafios de investimento que se avizinham”.
Os autarcas receiam impactos na qualidade da recolha e tratamento de resíduos sólidos, posição que será enviada igualmente a Assunção Cristas.
“Há todo um património a salvaguardar, designadamente o serviço de qualidade que tem sido prestado aos utilizadores, a par da contenção da trajetória tarifária”, rematou José Manuel Carpinteira.
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