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Viana do Castelo

Autarca propõe estaleiros como “projeto-piloto” da reindustrialização do país

15 Janeiro, 2013 - 08:22

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O presidente da Câmara de Viana do Castelo desafiou o Ministério da Economia a avançar com um “projeto-piloto” de reindustrialização do país através da viabilização dos estaleiros navais da cidade.

O presidente da Câmara de Viana do Castelo desafiou o Ministério da Economia a avançar com um “projeto-piloto” de reindustrialização do país através da viabilização dos estaleiros navais da cidade.

“O senhor ministro da Economia tem a oportunidade de poder fazer uma experiência, em Viana do Castelo, da reindustrialização do país. Fazendo parcerias com outros países, como o Brasil, para a construção de navios”, explicou o autarca socialista José Maria Costa.

Em concreto, o presidente da Câmara referia-se à “necessidade” de colocar os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) de novo a trabalhar, nomeadamente desbloqueando a verba necessária para arrancar com a construção de dois navios asfalteiros para a Venezuela, no valor de 128 milhões de euros.

“Os estaleiros são um caso concreto da reindustrialização do país”, afirmou José Maria Costa, no final de uma reunião com a comissão de trabalhadores da empresa. Durante o encontro, Câmara Municipal e trabalhadores decidiram formalizar um novo pedido de reunião ao ministro da Defesa, de forma a “clarificar” o processo de reprivatização.

“Lamentamos a total opacidade na resolução deste problema e na informação às pessoas, o que provoca grande dificuldade do ponto de vista emocional em trabalhadores que estão há meses a aguardar por uma solução”, disse.

Por isso, José Maria Costa reclamou a necessidade de o Governo esclarecer o futuro da empresa. “Quando as coisas não são transmitidas pensamos o pior e não temos tido transparência neste processo. Precisamos todos de saber o que se está a passar, quais são os interesses que estão por trás destes adiamentos”, rematou.

No final desta reunião, destinada a analisar a ausência de uma solução para a empresa, a comissão de trabalhadores admitiu que os ENVC podem representar um exemplo da “falada” reindustrialização do país, iniciando a construção dos asfalteiros, contrato com mais de dois anos.

“Não estamos a pedir aumentos ou promoções, mas sim trabalho. As pessoas do Norte gostam de levar o seu vencimento para casa, mas com honra”, afirmou António Costa, coordenador da comissão de trabalhadores dos ENVC.

Admitiu ainda que a indefinição atual está a afetar os trabalhadores, os quais, além de “uma ou outra” reparação, continuam praticamente sem trabalho.

“É inadmissível ver pessoas com 40 anos de casa a chorar na empresa, a receber apoio psicológico no exterior”, disse.

Os estaleiros entraram no ano passado em processo de reprivatização, que deveria estar concluído até final de 2012. Isso não aconteceu devido a dúvidas de Bruxelas sobre apoios do Estado aos ENVC, não declarados à Comissão Europeia, concedidos entre 2006 e 2010.

Ainda em dezembro o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, tinha admitido a escolha do vencedor da reprivatização dos ENVC “até final do ano”, decisão adiada pelo Governo para as “próximas semanas”.

Na corrida à alienação de 95 % do capital social dos estaleiros, com propostas vinculativas apresentadas em novembro, estão os brasileiros da Rio Nave e os russos da JSC River Sea Industrial Trading.

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