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Viana do Castelo

Autarca compara gestor dos Estaleiros a ex-ministro iraquiano da Propaganda

28 Maio, 2013 - 09:00

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O autarca de Viana do Castelo, José Maria Costa, comparou o presidente do conselho de administração dos estaleiros navais ao antigo ministro da propaganda do Iraque, pela “animação” que transmitiu sobre o futuro da empresa.

O autarca de Viana do Castelo, José Maria Costa, comparou o presidente do conselho de administração dos estaleiros navais ao antigo ministro da propaganda do Iraque, pela “animação” que transmitiu sobre o futuro da empresa.

“O senhor presidente do conselho de administração dos estaleiros quer dar uma ideia de que a empresa vai produzir navios e se calhar até foguetões. É de facto uma afirmação que não tem nada a ver com a realidade dos estaleiros e, acima de tudo, que está em contradição com aquilo que o senhor ministro [da Defesa] diz”, afirmou José Maria Costa.

Contactada pela agência Lusa, a administração dos estaleiros escusou-se a comentar as afirmações do autarca socialista, que comparou o administrador Jorge Camões ao ministro iraquiano que, aquando da Guerra do Golfo, dizia publicamente que o país “estava na maior”, apesar de bombardeado pelas forças aliadas.

O presidente da Câmara reagia às declarações do presidente do conselho de administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) que garantiu hoje que a atividade de construção naval será mantida pelo concurso para a subconcessão dos terrenos e infraestruturas da empresa.

“Não será por exemplo uma fábrica de cimentos ou para fazer tijolos. Vai ser prevista essa atividade [construção naval]”, disse Jorge Camões.

“Nós não falamos em postos de trabalho porque depende do subconcessionário. O que digo é que 70% dos nossos trabalhadores atuais são mantidos nestes navios [asfalteiros] durante esta atividade”, acrescentou, à margem da chegada à empresa das primeiras 1.500 toneladas de aço para a construção de dois navios asfalteiros para a Venezuela, um negócio de 128 milhões de euros cujo contrato foi assinado em 2010.

“É preciso dizer que este senhor nunca teve nenhuma intervenção pública ao longo dos dois anos que lá está [na administração dos ENVC]. Acordou de repente para anunciar que só vão lá estar 70% dos postos de trabalho [620]”, contrapôs José Maria Costa, assumindo que o processo em torno da empresa continua a revelar-se “um folhetim” com “grande falta de sensibilidade”.

José Maria Costa recordou as “cautelas” que o próprio ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, tem mantido, em contactos com o autarca e com a comissão de trabalhadores dos ENVC, sem assumir garantias totais sobre a construção destas navios para a Venezuela ou sobre a continuidade da atividade de construção naval em Viana do Castelo.

Depois de encerrado o processo de reprivatização dos ENVC, devido à investigação de Bruxelas às ajudas públicas de 181 milhões de euros concedidas à empresa, o Governo português anunciou em abril a sua liquidação e, em paralelo, o lançamento de um concurso internacional para a subconcessão dos terrenos e infraestruturas atuais.

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