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Arcos: Encontrada (grande) pegada de lobo ibérico em Sistelo – 12,5cm de comprimento

6 Janeiro, 2021 - 22:20

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Comprida. Mete respeito. Uma pegada claramente superior à média do tamanho das pegadas de lobo ibérico que variam entre os 9,5cm e os 11 cm. Esta tem 12,5cm. Ficou gravada na neve que por estes dias caiu na localidade de Sistelo, no concelho de Arcos de Valdevez. E foi encontrada por Rui Ribeiro, que há vários anos dedica a sua vida ao estudo do Lobo Ibérico em Portugal, sobretudo no Alto Minho.

“Muito provavelmente é a pegada do Macho Alpha da alcateia. O mais poderoso. Eles estão sempre a debater-se fisicamente. Este é, portanto, um animal de grande porte”, analisou Rui Ribeiro à Rádio Vale do Minho.

Na zona do Vale do Minho, contou, existem cinco grandes alcateias: a de Castro Laboreiro, a da Peneda, a do Soajo, a do Corno de Bico e a alcateia do Vez. Esta pegada encontrada, evidentemente, pertencerá a um elemento da alcateia do Vez.

“Trata-se de uma alcateia formada por nove animais, todos muito bem formados. Vivem numa zona sem grande presença humana”, referiu o investigador. E este pormenor torna-se especialmente importante se olharmos para o caso de Paredes de Coura onde os ataques dos lobos ao gado acontecem com mais regularidade.

“A alcateia do Corno de Bico é, de todas, a mais fraca… a mais frágil. Daí que tende a procurar alimento de uma forma mais fácil”. É então que os ataques nas propriedades acontecem.

Tirar a vida aos lobos não é, portanto, a melhor ideia. Para além da morte do animal, a alcateia fica mais enfraquecida o que irá obrigar os restantes elementos a intensificar mais os ataques onde o alimento é mais fácil.

“A população deve simplesmente tomar medidas preventivas contra o lobo, como ter dois cães de porte médio… cercas de proteção e, se for possível, guardar os animais durante a noite num curral. O lobo ibérico é um animal noturno”, recordou. “Se estas medidas forem adotadas, os ataques diminuirão”, concluiu Rui Ribeiro.

 

WWF contra caçadas ao lobo

 

A organização de conservação da natureza, WWF, denunciou a intenção dos governos regionais de Galiza, Castela y León, Astúrias e Cantábria em pressionar o Governo central para evitar medidas mais apertadas em vista à conservação do lobo ibérico, contra o critério científico e a favor de manter um modelo de gestão que aposta no “controlo letal” que, segundo a organização, não reduz danos nem cumpre os critérios definidos pela Comissão Europeia.

Conforme noticiou recentemente o jornal O Minho, aquela organização não governamental pede ao Governo espanhol para cumprir “o mais rapidamente possível com a ciência e com a lei”, uma vez que é essa a “obrigação” dos governantes, considerando ainda que um modelo alternativo para lidar com os ataques de lobo deve proporcionar “coerência na gestão da espécie e recursos para o pastoreio intensivo”.

Recorde-se que estas cinco comunidades de Espanha pretendem manter a legalidade da batida ao lobo numa perspectiva de controlo da espécie, que tem aumentado em alguns pontos das comunidades, como é o caso da Galiza. Para isso, recusaram integrar o pacto governamental de proteção total do lobo ibérico que já se encontra em vigor em todas as comunidades espanholas abaixo do rio Douro.

 

[Fotografias: Rui Ribeiro]

 

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