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Alto Minho

Aposta na relação comercial com a Galiza pode compensar quebra nas exportações

12 Abril, 2013 - 10:19

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Empresários e autarcas reclamam uma maior aposta na relação comercial com a Galiza face a uma balança comercial negativa, para Portugal, que em 2012 ascendeu a cerca de 500 milhões de euros.

Empresários e autarcas reclamam uma maior aposta na relação comercial com a Galiza face a uma balança comercial negativa, para Portugal, que em 2012 ascendeu a cerca de 500 milhões de euros.

Segundo dados do Instituto Galego de Estatística (IGE), Portugal exportou para a Galiza, em 2012, menos de 1,7 mil milhões de euros em bens e serviços, mas em contrapartida importou daquela região autónoma espanhola 2,2 mil milhões de euros.

Confrontado pela agência Lusa com estes números, o presidente da Câmara de Viana do Castelo e líder do Eixo Atlântico diz que Portugal é hoje “um país sem estratégia transfronteiriça”.

Face à redução das exportações para a Galiza, que entre 2008 e 2012 caíram 450 milhões de euros, José Maria Costa reclama do Governo “uma análise aprofundada” à situação, para “inverter” o cenário.

“Infelizmente, o Governo português ainda não percebeu a dinâmica económica existente sobretudo entre o norte de Portugal e a Galiza. Cria dificuldades à livre circulação de pessoas e bens, prejudicando o turismo, a restauração e o comércio, em vez de agilizar as trocas comerciais”, apontou.

O défice da balança comercial desfavorável a Portugal verificou-se em 2012, tal como na última década. Ainda assim, menos 25% do saldo negativo verificado no ano anterior, quando praticamente atingiu os 700 milhões de euros.

Além das portagens introduzidas nas antigas Scut (autoestradas Sem Custo para o Utilizador) do norte, em outubro de 2010, José Maria Costa critica o encerramento, este mês, da delegação da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) em Vigo, a maior cidade galega.

“São fatores que dificultam a vida das empresas que querem exportar, bem como a captação de investimentos galegos para a região norte, como está a acontecer no distrito de Viana do Castelo”, assume ainda.

O presidente do Eixo Atlântico, entidade que defende os interesses das 34 maiores cidades do norte de Portugal e da Galiza, defende, por isso, a aplicação de “políticas ativas de cooperação e de incentivos à economia das regiões transfronteiriças”.

“Desde facilitar a mobilidade de pessoas e mercadorias, à harmonização do IVA ou ainda ações de promoção do turismo de proximidade”, exemplificou.

Embora sem comentar os números deste desequilíbrio comercial, por desconhecer as áreas de atividade em que este relacionamento comercial tem vindo a processar-se, o presidente da Associação Industrial do Minho (AIM) assume a necessidade de Portugal “tirar pedras do caminho” a este relacionamento.

“Desde logo face à situação das portagens nas Scut, mas também acabar com a pouca vergonha da ligação ferroviária entre Porto e Vigo. São questões em que a bola está do lado do Governo português”, apontou à Lusa António Marques.

A falta de uma “estratégica clara” nas ligações ferroviárias entre Portugal e a Galiza é um dos principais entraves ao relacionamento.

“Isso, desde logo, obriga os pesados, e as mercadorias, a circularem nas estradas, quando esse movimento podia ser assegurado pela ferrovia. Mas falta essa aposta”, insistiu o líder da AIM.

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