Mal acabamos de sair de mais uma jornada europeia pouco pródiga para os nossos seis clubes e eis-nos à entrada dum fim-de-semana em que voltaremos a contar com as participações dos “nossos” representantes nas várias frentes de ataque. Nas duas ligas do velho continente, nos campeões só os dragões salvaram a honra do convento, pese o resultado moralmente positivo (mas apenas nesse sentido) dos bracarenses, enquanto na Europa apenas os maritimistas conseguiram um ponto no seu estádio, prolongando os leões a agonia, em terras belgas.
Cá entre nós, de regresso estarão Desportivo de Monção e Melgacense após a pausa motivada pela Taça, para mais três encontros consecutivos. Não valerá a pena continuarmos, insistentemente, a massacrar com as especificidades do campeonato na época em curso, que terminará a meio para os conjuntos que não se situem nos seis primeiros lugares no final da primeira fase ou mesmo antes para os que percam as hipóteses de lá chegar. Para evitar essas situações, torna-se, minimamente, obrigatório vencer em casa e ir buscando uma ou outra vitória fora ou empates nos jogos teoricamente mais complicados. Este preâmbulo serve para dizer que o Melgacense se vê obrigado a vencer o confronto com o rival Merelinense, não só porque é visitado, mas também pela moral em alta após triunfo folgado em Monção, e ainda para se “colar” ao adversário e evitar a sua fuga, que seria catastrófica em caso de vitória.
O mesmo diremos do Desportivo de Monção sobre quem pende a necessidade absoluta de averbar os três pontos em jogo e continuar, depois, o mesmo trajecto de resultados. Contará, para tal, com a motivação extra que sempre advém de novo comando técnico. Veremos então até que ponto Avelino Chio, regressado ao principal clube da sua terra, conseguiu, em tão curto lapso de tempo, injectar força moral, anímica, física e métodos de trabalho mais eficazes. O adversário vai ao seu lado na corrida, mas em terras de Galegos também mora um Santa Maria ávido de pontos como de um esfomeado por pão.
Os outros dois conjuntos distritais jogam em posições diferentes: o Vianense em Esposende, onde mora a lanterna vermelha da prova, esperando os comandados de Paulinho que ainda não seja desta que os esposendenses averbem o primeiro ponto; o Ponte da Barca, “despachado” da Taça, será anfitrião do Caçadores das Taipas, separados por um ponto, devendo aproveitar o factor casa para ultrapassar o seu adversário e colocar-se na meia superior da tabela.
Finalmente, referência aos dois primeiros, com o líder Ronfe a reunir boa dose de favoritismo para conservar o trono, beneficiando do facto de ser anfitrião e logo da Maria da Fonte, uma equipa em tempestade agitada e em greve sucessiva aos treinos, ao passo que os brigantinos deverão ter tarefa mais dificultada, pois vêm às Marinhas, uma equipa em ritmo crescente nas últimas jornadas.
No principal escalão cá da zona, o Cerveira poderá atrasar-se na tabela já que não tem hipótese de averbar pontos, por folga, disso podendo beneficiar o Courense que tem deslocação a Bertiandos. Esperam os adeptos courenses que os seus pupilos se não afoguem nas Lagoas e antes prossigam em busca do lugar mais alto, que até poderão atingir, se saírem vitoriosos e caso a equipa sensação da semana passada – o Vila Franca – que destronou o vizinho Vila Fria, volte a fazer da suas, agora no seu domínio, perante o ainda líder e cem por cento vitorioso, Moreira do Lima. Ou será que teremos a equipa de Moreira, por mais uma semana, no rumo dos triunfos?
De regresso a casa estará o Valenciano, quatro semanas depois, e com sentido obrigatório em direcção à baliza do Lanheses, para poder iniciar a recuperação após as duas derrotas consecutivas no exterior. Mas não deverão esquecer os valencianos que o adversário, sendo ainda lanterna vermelha, anseia, urgentemente, pelo sabor das vitórias pois não costuma acomodar-se, por hábito, a esses lugares de fundo.
Por seu turno, o Campos volta ao trabalho depois do sossego da semana passada e recebe um adversário que bem conhece, um Vila Fria que perdeu o estatuto de invicto no seu terreno, há oito dias, querendo sarar esse golpe tão rapidamente quanto lhe for possível. Daí que as cautelas dos homens do 1º de Janeiro devam ser redobradas para manter e garantir as boas prestações que tem vindo a desempenhar.
Do elenco dos restantes jogos, começamos pela menção ao Neves, agora que Fernando Rego assumiu, frontalmente, a candidatura ao título, que tem deslocação aos Vitorinos de Piães, equipa que costuma dificultar no seu recinto mas que esta época ainda não sabe o que é saborear uma vitória. Finalmente, dois confrontos entre as equipas que, objectivamente, lutam pela manutenção: um Távora/Correlhã, com os cornelianos a provocar alguma desilusão e ainda um Paçô/Castelense, em que o conjunto arcuense poderá ultrapassar o adversário ou, inversamente, vê-lo fugir-lhe do alcance.
Pela divisão secundária, ainda não será à quinta jornada que o Moreira conseguirá o primeiro ponto já que não lhe é dada qualquer possibilidade a tal, gozando a sua folga, enquanto o Castanheira é favorito a conservar o segundo posto, pois recebe o Águias do Souto, ao passo que o líder Darquense não enjeitará a continuidade desse lugar, querendo triunfar, na Senhora das Oliveiras, frente ao Fachense.
Vida difícil também para Raianos com a deslocação ao Ancorense, equipa que parece ter esquecido o desastre de Valdevez e reentrar na corrida. Os arcuenses, que perderam cinco pontos nos dois últimos jogos, espreitam a recuperação a começar já neste Domingo, no Santo António, em Vitorino das Donas, ao contrário, equipa moralizada pelos dois últimos encontros.
Revestido de muito interesse e sobretudo expectativa estará o dérbi caminhense, no Ilídio Couto, entre os anfitriões de Lanhelas, em promessa dum excelente campeonato, e a equipa da sede concelhia, triunfante nos últimos três encontros a demonstrar empenho e entrega na luta pelo alcance dos primeiros lugares.
A concluir mais esta ronda, dois encontros entre equipas que ocupam lugares mais modestos: um Perre/Chafé, entre duas equipas em momentos pouco proveitosos, mormente os visitantes que ocupam a cauda da tabela, e um duelo entre vizinhos limianos de Arcozelo e Gandra.
Por falar em Limianos (estes com maiúscula, em referência à equipa da sede do concelho), esta equipa terá que fazer esquecer a eliminação da Taça e o melhor antídoto residirá numa vitória em Gondomar para continuar a olhar do cimo cá para baixo e se achar bem segura, muito longe do abismo.
E de volta ao futebol entre os maiores, já hoje haverá duelo de Vitórias, no Afonso Henriques, e uma vitória bem garantida de Luís Filipe Vieira, à frente das águias, certamente bem mais fácil que a de amanhã em Barcelos, embora se perspectivem as duas, até para ressecar a azia dos campeões, obrigando, por isso, os dragões, a melhorar a exibição no Estoril, se não quiserem ficar fora da “companhia” dos encarnados. Os bracarenses, para não fugir ao hábito do pós Liga de Campeões, vão sentir dificuldades tremendas na Madeira, na tarde de Domingo, e para Segunda à noite ficará um leão moribundo a jogar sobre brasas escaldantes perante a academia coimbrã, embora com um Oceano para as tentar apagar e para ver… Vercauteren.
Terminamos hoje dando as boas-vindas à miudagem, às noventa e três equipas de Infantis e Benjamins que este fim-de-semana começam a longa maratona do futebol de sete, daquele em que a pureza ainda vale.
Como normal, já sabe: Domingo à tarde, à mesma hora, apesar da mudança, cá estaremos na “sua” Rádio para lhe dar todas as informações, bem como no dia imediato, à tarde e à noite, para o “Prolongamento” e na Terça-feira com “Tamanhos da Bola”.
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