O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) alertou esta sexta-feira para o aumento recente de caravelas-portuguesas nas zonas costeiras dos Açores e do continente, e aconselhou cuidados e a comunicação de avistamentos.
O número de avistamentos de caravela-portuguesa (Physalia physalis) comunicados ao programa de monitorização de organismos gelatinosos na costa portuguesa (GelAvista), do IPMA, tem vindo a aumentar ao longo da última semana, nos Açores e no continente, com casos desde Espinho até Sines, revela o IPMA.
A caravela-portuguesa, uma colónia de organismos da classe dos hidrozoários semelhante na aparência a uma alforreca, é a espécie gelatinosa mais perigosa que surge em Portugal, pelo que o IPMA pede que se as pessoas a detetarem no mar ou no areal, não lhe toquem e informem quem estiver perto.
As caravelas podem causar lesões severas na pele, semelhantes a queimaduras, mesmo depois de mortas.
Em caso de contacto acidental com uma caravela-portuguesa o IPMA aconselha a lavagem do local afetado com água do mar mas sem esfregar, a remoção de possíveis vestígios de tentáculos e a aplicação de compressas quentes ou vinagre, durante 20 minutos. E consultar um médico.
Cuidados a ter
Não toque nestas gelatinosas.
Algumas espécies de medusa podem picar, injetando veneno e causando reações locais e, no caso da caravela portuguesa, efeitos sistémicos ocasionais.
Estas espécies têm células chamadas cnidócitos usadas para alimentação e defesa, que são como minúsculas seringas que injetam substâncias tóxicas por contacto com outros animais. Os cnidócitos encontram se essencialmente nos tentáculos.
No caso dos humanos, o nível de toxicidade depende da espécie e da quantidade de veneno injetada.
Os cnidócitos permanecem ativos mesmo quando os animais estão mortos na areia da praia.
A maioria dos contactos é acidental e ocorrem na praia. Por isso, é importante que os frequentadores das praias evitem tocar nos organismos arrojados especialmente nos tentáculos.
[Fotografia: GelAvista]
O que fazer?
Se avistar uma (ou várias) caravela-portuguesa na praia, deve alertar de imediato os responsáveis pela segurança da praia. Neste caso, apela o GelAvista, os nadadores-salvadores.
Se tiver tocado em alguma:
- Lave a zona afetada com água do mar, sem esfregar;
- Remova com uma pinça os possíveis vestígios do organismo que possam estar na pele
Não faça isto:
- Não usar água doce, álcool, ou amónia;
- Não usar ligaduras ou pensos rápidos.
Após lavar e limpar com água do mar a zona afetada:
- Aplicar compressas quentes (40º C) durante cerca de 20 minutos;
- Aplicar vinagre sem diluir;
- Se estiver em choque, com dificuldades em respirar ou a dor persistir, consulte o seu médico ou farmacêutico.
Vale referir que a caravela-portuguesa não se move – flutua à superfície das águas, empurrada pelo vento, com os tentáculos pendentes com a finalidade de capturar peixes para a sua alimentação. Os tentáculos podem atingir um comprimento de 50 metros, mas a média é cerca de 30 metros.
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