Alto Minho: Emília Cerqueira arrisca processo disciplinar no PSD

Emília Cerqueira, deputada na Assembleia da República (AR) pelo PSD Viana do Castelo, arrisca um processo disciplinar no partido. Em causa, o voto contra da deputada no passado dia 29 de novembro nos dois votos de pesar (apresentados pelo PCP e PS) pelo falecimento de Fidel Castro, aprovados pela AR. Em declarações ao semanário «Minho Digital», os votos propostos vêm “branquear o facto de Fidel Castro ter sido um ditador que, durante mais de quatro décadas, levou a cabo uma política repressiva e violadora dos direitos e liberdades fundamentais do povo de Cuba. Para mim, por muito que se fale, em referência a Fidel Castro, dum homem de Estado, líder carismático, líder histórico, ou qualquer outro adjetivo, um ditador é sempre um ditador”. “A minha consciência e sentido democrático não me permitiam, como não permitiram, contribuir para a viabilização destes votos, razão pela qual, juntamente com mais quatro deputados do PSD, votei contra [com declaração de voto]”, acrescentou Emília Cerqueira.
Por ter ido contra a orientação de voto dada pela direção da bancada (abstenção) e quebrado a disciplina partidária, Emília Cerqueira corre o risco de ser alvo de um processo disciplinar. Na mesma situação, encontram-se os deputados Pedro do Ó Ramos, da Comissão Política Nacional do PSD; Pedro Alves, presidente da Distrital de Viseu; Costa da Silva, antigo presidente da Distrital de Évora; e Bruno Vitorino, presidente da Distrital de Setúbal.
A posição destes cinco deputados, por estar desalinhada com o sentido de voto da direção da bancada, deverá ser comunicada, oportunamente, ao Conselho de Jurisdição. Mas, segundo uma prática comum, em votos de pesar nem costuma haver sentidos de voto emanados da cúpula, algo que deve “jogar” a favor dos cinco deputados que decidiram votar em “consciência contra o ditador” cubano.