O Governo de Espanha mantém o traçado inicial da linha elétrica de muito alta tensão de 400 quilovolts (Kv), desde FonteFria, em território galego, até à fronteira portuguesa.
A informação foi divulgada esta quarta-feira pelo Município de Monção, que cita a declaração de impacto ambiental da Direção General de Calidade y Evaluacion Ambiental, publicada no passado dia 26 de abril, no Boletin Oficial do Estado.
Um cenário que preocupa os Municípios de Monção e de Melgaço, que se encontram no percurso previsto para esta linha elétrica. À preocupação destas autarquias portuguesas, juntam-se os municípios fronteiriços de Arbo e As Neves.
Os quatro presidentes de Câmara reuniram-se em Arbo. Lamentam que o Governo espanhol não tenha atendido às legitimas preocupações das populações e do poder local, manifestadas em diversos locais e variadas formas.
Os quatro autarcas reafirmaram a sua posição contrária à construção daquele empreendimento elétrico.
“Em uníssono, com determinação e firmeza, consideram que a instalação de uma linha de muito alta tensão terá um impacto negativo brutal em ambos os territórios e nas populações locais, originando diversos problemas para a saúde pública, comprovada em diferentes publicações e pesquisas efetuadas por organismos distintos e credíveis”, divulga o Município de Monção.
Monção, Melgaço, Arbo e As Neves lamentam posição do Governo Espanhol
[Fotografia: Município Monção]
Domingo há manif
Perante este cenário, a Asociacion de Afectados Pola Liña de Alta Tension Fontefria-Fronteria Portuguesa promove, no próximo domingo, dia 29 de maio, pelas 17h00, uma concentração/manifestação em Valiñas-Poste (Barcela-Sela), em Arbo, contra a instalação daquele empreendimento elétrico.
Aqueles quatro municípios já manifestaram a sua participação na concentração/manifestação, comprometendo-se, por um lado, a incentivar as respetivas populações para estarem presentes e, por outro, a contactarem os restantes municípios da AECT Rio Minho, de forma a reforçar a “frente comum” de contestação ao projeto.
Entretanto, o alcalde de Arbo, Horácio Gil, reúne-se, esta sexta-feira, com a Subdelegada do Governo em Pontevedra, Carmen Larriba Garcia, aguardando-se que o Ministério de Transición Ecológica responda a um pedido de audiência, onde lhe será transmitida a posição da população e poder local nesta questão.
O projeto de instalação da linha elétrica de muito alta tensão de 400 quilovolts (Kv), desde FonteFria, em território galego, até à fronteira portuguesa, com o prolongamento à Rede Elétrica Nacional, atravessa sete concelhos do Alto Minho: Monção, Melgaço, Ponte de Lima, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez e Paredes de Coura.
Em janeiro de 2019, tanto a Assembleia Municipal de Monção como o Pleno do Concelho de As Neves aprovaram, por unanimidade, uma proposta de rejeição do projeto. Em junho de 2020, no decorrer do período de consulta pública, tornaram a manifestar-se contra, de forma bastante explicita, à construção daquela linha elétrica.
Sensivelmente um ano depois, em maio de 2021, em conjunto com a Asociacion de Afectados Pola Liña de Alta Tension Fontefria-Fronteria Portuguesa, o Município de Monção e o Concello de As Neves voltaram a dizer NÃO ao empreendimento.
“Mais do que uma linha de muito alta tensão, o território fronteiriço necessita de políticas ativas de valorização das potencialidades locais, bem como de medidas concretas que favoreçam o equilíbrio ambiental, a promoção social e cultural e a fixação das populações nos meios rurais”, defenderam.
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