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Alto Minho

11 de Setembro: ‘Liguei o rádio e pensei que fosse a descrição de um filme’

11 Setembro, 2015 - 09:41

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Aos microfones da Vale do Minho, várias individualidades da região recordaram o dia que mudou para sempre a história da humanidade.

Tiago Brandão Rodrigues meteu a chave na ignição do carro. O sol começava a levantar-se nos céus de Dallas, nos Estados Unidos da América. Sete da manhã [fuso horário: -2 horas que Nova Iorque]. O calendário marcava 11 de Setembro de 2001.
O cientista de Paredes de Coura preparava-se para mais um dia de trabalho na Universidade. Ligou o rádio. “Ouvi que estava algo a acontecer em Nova Iorque. Confesso que, em primeira instância, pensei que fosse a descrição de um filme ou alguma coisa ficcionada”, recordou à Vale do Minho aquele que é hoje o cabeça-de-lista do PS pelo distrito de Viana do Castelo. “Quando cheguei ao laboratório percebi que era algo bastante grave”, referiu.
A milhares de quilómetros de distância, os conterrâneos de Tiago Brandão Rodrigues assistiam já ao terror através das imagens que chegavam pela televisão. Helena Ramos, hoje vereadora (PSD) na Câmara de Paredes de Coura, estava a almoçar num restaurante em Monção. “Senti medo. Tinha sido mãe pela primeira vez há pouco tempo e senti medo de viver num mundo tão inseguro. Vieram ao de cima aqueles medos todos de uma mãe que quer proteger”, recordou a autarca. A poucos metros dali, num outro café, estava Conceição Soares, hoje Vice-presidente (PS) da Câmara de Monção. De olhos postos no ecrã, a autarca observava em silêncio as duas torres a arder na televisão. “Foi um grande choque. Não sabia o que pensar. Como é que era possível, em pleno século XXI, aquilo estar a acontecer? Foi um sentimento de choque, de tristeza, de surpresa, de revolta… uma mistura muito grande de emoções”, lembrou aos microfones da Vale do Minho.
Emocionada ficou também Elisabete Domingues, hoje vereadora (PSD) na Câmara de Valença. A autarca estava no Porto, num Centro Comercial da cidade e chegou mesmo a perder as forças. “Sentei-me. Foi a minha primeira reação. Tive de sentar-me e vi o terror daquelas imagens. Não estava a perceber bem o que estava a acontecer. Fiquei perplexa a olhar para a televisão sem acreditar muito naquilo”, disse. “Só mais tarde, ao ver o Telejornal, é que me apercebi da dimensão daquele filme de terror que infelizmente não era um filme. Era a realidade”, desabafou.

Será hoje o mundo um lugar mais seguro?

Não. Pelo menos é isto que consideram estas quatro individualidades com quem a rádio Vale do Minho falou. Nos tempos que se seguiram aos atentados de 11 de Setembro de 2001, disseminou-se uma verdadeira obsessão por segurança em quase todo o mundo. Sobretudo nos aeroportos. Quase década e meia depois, há medos que parecem estar longe de desaparecer. “O mundo tornou-se mais inseguro e, sobretudo, com uma liberdade mais restringida. Há medo de certos locais e medo de viajar. A liberdade de expressão foi também muito atingida”, refere Elisabete Domingues.
Já Tiago Brandão Rodrigues considera que a insegurança do planeta se deve a “extremismos económicos e pela falta de segurança social. Quando as pessoas me dizem que vão deixar Portugal devido ao sentimento de insegurança no trabalho – ora porque não conseguem constituir família nem pensar mais longe do que o próximo mês – só mostra que este ‘mundo’ da velha Europa Ocidental que era entendido como seguro, não tem defendido alguns dos pilares que lhe davam essa segurança”, apontou. O futuro deputado socialista na Assembleia da República diz mesmo que “Portugal pode quase ser aproveitado como um estudo de caso. Estes últimos três a quatro anos têm sido um exemplo claro de como a nossa segurança aparente se transformou numa insegurança”.
Ainda por Paredes de Coura, Helena Ramos admite que há hoje uma maior atenção dada ao tema do terrorismo, “mas isso não quer dizer que exista mais segurança. Há alvos praticamente inatingíveis mas há muitos outros que estão ainda à mercê de qualquer terrorista. A segurança é mesmo muito relativa. A única diferença é que hoje estamos mais preparados”.
Já em Monção, a avaliação de Conceição Soares não diverge muito das anteriores. “Hoje há cada vez menos respeito pela vida humana”, disse a Vice-presidente da Câmara. “Não é só o caso da guerra, mas também o caso dos refugiados e de todo o património destruído em nome de não se sabe muito bem o quê”, lamentou.
Os atentados de 11 de Setembro de 2001, em Nova Iorque, foram coordenados pela organização fundamentalista islâmica “al-Qaeda”. Provocaram 2996 mortos. No local onde antes existiam as duas torres do World Trade Center, está hoje o Memorial em homenagem às vítimas dos ataques suicidas. Foi inaugurado em 2011.
Em 2006, próximo do local dos atentados, começou a ser construido o novo World Trade Center – desta vez apenas uma torre. Foi inaugurado em Novembro de 2014. Tem 104 andares. É o edifício mais alto dos Estados Unidos da América (541,3 metros).

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