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Paredes de Coura

Vítor Paulo Pereira: «Não saber não é vergonha. O que é vergonha é não querer saber!»

17 Dezembro, 2016 - 22:20

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Presidente da Câmara vai reaprender a tocar viola-baixo na Escola do Rock que começa este domingo.

De sorriso no rosto e andar desportivo, Vítor Paulo Pereira não consegue esconder a ansiedade de participar na Escola do Rock.
Ao balcão de um café, com a Rádio Vale do Minho, o presidente da Câmara de Paredes de Coura nem precisa falar para que um simples olhar comece a deixar transparecer memórias dos tempos da juventude. Aqueles anos loucos em que o jovem Vítor integrava os «Boucabaca», banda rock courense que ainda hoje é recordada com saudade por muitos. Era o baixista do grupo. E com os amigos lançou-se na aventura do Festival de Paredes de Coura. Tocaram nas primeiras edições e depois saíram do cartaz. “Vamos embora que isto agora é a sério!”, disse Vítor Paulo Pereira na altura.
Os anos foram passando e o tempo para a música começou a escassear. Da docência estreou-se nas lides autárquicas em 2009. Assumiu funções de chefe de gabinete do antigo presidente da Câmara, António Pereira Júnior. Quatro anos volvidos, sucedeu-lhe como presidente da Câmara. Logo no ano seguinte apresentou um projeto intitulado Escola do Rock. O êxito foi de tal ordem que valeu a Paredes de Coura o prémio para Melhor Município do Ano 2015 com menos de 20 mil habitantes.
A Escola do Rock começa este domingo a III edição, e Vítor Paulo Pereira vai ser um dos alunos. “Não quero que a minha presença na Escola do Rock seja a presença principal. A presença principal são os miúdos!”, sublinhou o autarca à Rádio Vale do Minho. “Aqui o que é importante é as pessoas mostrarem que não sabem. Quando não se sabe, pergunta-se… e o ato de aprender é sempre um ato de humildade”, explicou.
A iniciativa decorre entre este domingo e o próximo dia 23 de dezembro. O espetáculo final que vier a ser produzido pelos cerca de 50 participantes vai integrar o programa comemorativo dos 25 anos do festival de Paredes de Coura. “Integrar a Escola do Rock é uma forma de dizer aos miúdos que não há vergonha em aprender. Aprender é um ato nobre e muito bonito. Quanto mais frágeis nos mostrarmos e mais dúvidas tivermos, teremos um espaço maior para aprender. O que quero mostrar aos miúdos é precisamente isso. Não saber não é vergonha… o que é vergonha é não querer saber”.
A caminho de mais uma sessão da Assembleia Municipal, Vítor Paulo Pereira falava com algum saudosismo dos tempos académicos em Coimbra. Da banda, da primeira viola-baixo que comprou na altura… e do festival. Questionado sobre se será possível voltar a pisar o palco do Vodafone Paredes de Coura, o presidente da Câmara soltou uma gargalhada. “Não sei! Vamos ver como é que isto corre. Já há muito tempo que não toco, mas estilo tenho para dar e para vender. Mas o estilo não chega. Também é preciso algum conhecimento”, concluiu.

Edição deste ano debruçada sobre os eletrónicos

O programa da Escola do Rock envolve ensaios, formação, sessões de cinema, jam sessions, showcases, demonstrações de instrumentos e workshops, num projeto desenhado com a colaboração e direção artística do Space Ensemble.
Para demonstrar a singularidade desta escola e o complemento que pode dar ao ensino tradicional, basta referir que o plano curricular das últimas edições incluiu bandas como Led Zeppelin, The Beatles, Morphine, Pixies, PJ Harvey, Queens of the Stone Age, The Black Keys, Nirvana, AC/DC, Franz Ferdinand ou Arcade Fire.
O Diretor da Escola do Rock, Nuno Alves, adiantou que em relação aos workshops previstos, a edição deste ano vai dedicar “especial atenção aos instrumentos eletrónicos, explicando com maior detalhe teclados, sintetizadores, aplicações para terminais móveis, samplers, sequenciadores e processadores de efeitos”.
Complementando a Escola do Rock, a Caixa da Música, em Paredes de Coura, também recebe por estes dias novas bandas. No final dos 5 dias de formação existe o já muito esperado espetáculo de apresentação final, a decorrer na sexta-feira, 23 de dezembro, pelas 22h00, no Centro Cultural. A entrada é gratuita e aberta a todos os amantes de música. Depois, seguir-se-á uma ‘tour’ por algumas salas nacionais e internacionais, ainda a definir.
A Escola do Rock – Paredes de Coura é dirigida por Nuno Alves, tendo como formadores Samuel Coelho (guitarra/violino), Jorge Queijo (bateria), Sérgio Bastos (piano/teclados), Miguel Ramos (baixo) e Maria Mónica (voz).

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