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Paredes de Coura

Vítor Paulo Pereira: “A coragem política é sempre mais premiada do que a cobardia”

9 Fevereiro, 2019 - 08:14

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“Ainda há pouco tempo saiu uma notícia de um lobo abatido a tiro aqui em Paredes de Coura. Fiquei triste. Isso dá uma imagem primitiva e selvagem do território”. O […]

“Ainda há pouco tempo saiu uma notícia de um lobo abatido a tiro aqui em Paredes de Coura. Fiquei triste. Isso dá uma imagem primitiva e selvagem do território”. O desabafo foi deixado esta sexta-feira pelo presidente da Câmara daquele concelho, Vítor Paulo Pereira, durante a inauguração da nova Casa da Biodiversidade, na freguesia de Castanheira.

Orçado em mais de 100 mil euros, o espaço resultou da recuperação do edifício da antiga sede de junta de freguesia de Castanheira. Pretende ser um local de “apoio aos proprietários lesados pelo ataque dos lobos e de investigação científica”. É aqui que ficará instalada a base de campo do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genético da Universidade do Porto (CIBIO).

“O que é que nós queremos? Enfrentar o problema. Mesmo que isso nos custe algum dano eleitoral! A política é só para quem tem coragem e a coragem política é sempre mais premiada do que a cobardia”, sublinhou Vítor Paulo Pereira perante uma sala repleta. “Queremos que este espaço seja um espaço de diálogo onde esteja o CIBIO, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e onde estejam também as pessoas que são lesadas”, disse o presidente da Câmara. “Em algumas circunstâncias nós sentimos muito o desespero delas!”.

 

Vítor Paulo Pereira: “Queremos que este espaço seja um espaço de diálogo onde esteja o CIBIO, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e onde estejam também as pessoas que são lesadas.”

 

De olhos fixos no público, Vítor Paulo Pereira deixou claro que “este é o espaço do lobo, mas é também o espaço do homem”. “Não há biodiversidade sem equilíbrio entre o homem e as espécies. É esse equilíbrio que queremos aqui. Que este seja um espaço de atendimento, de arranjar estratégias com os produtores, arranjar-lhes candidaturas para financiamento de vedações e cercas”, explicou. A metal final, reiterou o autarca socialista, é sempre o equilíbrio. E coroou, uma vez mais, a sua intervenção com a frase do pintor belga Henri Michaux (1899-1984): “Se o lobo compreendesse os cordeiros, morreria de fome”.

A cerimónia de inauguração da Casa da Biodiversidade foi presidida pelo Ministro do Ambiente. No seu discurso, João Pedro Matos Fernandes disse mesmo que Paredes de Coura tem sido “um farol” no que diz respeito ao esforço feito pelo bem-estar dos habitantes. E esse bem-estar, apontou passa por garantir a biodiversidade do concelho. “Com este projeto, a Câmara de Paredes de Coura e os seus parceiros, conseguiram um equilíbrio em que vai ser possível proteger melhor os rebanhos, conservar melhor os bens das pessoas e conservar o lobo”, acredita o governante.

“É muito importante que nunca se confunda a ideia de um território de baixa densidade com a ideia de um território abandonado”, realçou o Ministro. “Um território de baixa densidade é simplesmente onde moram poucas pessoas por quilómetro quadrado. Nem é bom, nem é mau. É assim. E existem territórios de baixa densidade, como Paredes de Coura, onde a biodiversidade é tão evidente, onde a água tem a qualidade que tem e todos estes bens têm de ser considerados como um bem de mercado”, defende Matos Fernandes.

A Casa da Biodiversidade integra-se no projeto O Lobo e o Homem que a Câmara de Paredes de Coura está a desenvolver e que representa um investimento superior a 138 mil euros, financiado por fundos do Norte 2020. Tem como parceiros a Associação Aldeia, o CIBIO, a Associação de Conservação do Habitat do Lobo Ibérico (ACHLI) e a colaboração do ICNF.

 

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