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[atualizada 26 de agosto 16h31 com versão do presidente da Câmara de Valença]
Anabela Garcia, operária fabril. Vive em Valença há quase 20 anos. Mora sozinha. Vive num T0. Esta terça-feira recebeu a fatura da água relativa ao passado mês de maio: 1.103,62 euros.
“Esta empresa devia ter vergonha em mandar uma carta destas para uma pessoa pagar!”, atirou desde logo em tom revoltado aos microfones da Rádio Vale do Minho. “Não tem lógica nenhuma uma pessoa pagar mais de mil euros de água”, disse.
A empresa é a Águas do Alto Minho (AdAM), que faz a gestão do serviço de água e saneamento em sete municípios do distrito de Viana do Castelo. Um deles é Valença.
O início desta empresa foi conturbado. Entre janeiro e fevereiro foram registados cerca de 15 mil erros nas faturas, o que levou à suspensão da faturação. Esta foi retomada no passado mês de junho, altura em que a AdAM garantiu que os erros iriam ser corrigidos por forma a “assegurar um adequado serviço público”.
“Esta empresa devia ter vergonha em mandar uma carta destas para uma pessoa pagar!”
Só que não. A residir num T0, Anabela Garcia precisaria de consumir mesmo muita água num só mês para chegar aos mais de mil euros que constam na fatura.
“Antes desta empresa chegar cá eu pagava entre os 10 e os 15 euros. Depois as faturas aumentaram para 20 euros. Até fui das que menos foi prejudicada”, contou. Até hoje. “Eu não vou pagar essa quantia porque não a gastei!”, assegurou.
Em tom firme, esta cidadã garante que esta quarta-feira vai pessoalmente às instalações da empresa no sentido de questionar a AdAM sobre este valor. Pessoalmente porque, lamenta, o atendimento telefónico está longe de ser satisfatório.
“Uma pessoa liga… liga… liga… liga… e eles nunca atendem! Só quase com uma hora de insistência é que eles atendem!”
No local onde trabalha, Anabela não está sozinha neste tipo de situação. As colegas de trabalho, contou, também já receberam em casa faturas de valor avultado. “Mas tudo entre os 100 e os 150 euros. Nada comparável a isto!”, disse.
“Param e disseram e iam corrigir os erros. E agora estão a errar outra vez! Esta empresa mais vale parar”, avaliou.
“Uma pessoa liga… liga… liga… liga… e eles nunca atendem! Só quase com uma hora de insistência é que eles atendem!”
A Rádio Vale do Minho tentou contactar a AdAM no sentido de ouvir a empresa sobre este episódio. Até ao momento ainda não foi possível.
A AdAM, que começou a operar em janeiro, é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% por sete municípios do distrito de Viana do Castelo (Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.
Leia a explicação do presidente da Câmara de Valença AQUI.
Anabela Garcia divulgou nas redes sociais a fatura que recebeu em casa
[Fotografia: Anabela Garcia]
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