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Foi na semana passada que Glória Quintião descobriu algo estranho no alpendre da moradia onde reside. Um ninho oval tinha aparecido entre o teto e uma das paredes. Mesmo por cima da porta principal. “Na minha ignorância, pensei que tinha a ver com pássaros e não liguei”, contou a proprietária.
No passado sábado, prosseguiu, “veio um senhor deitar um remédio num limoeiro”. Foi então que o alerta surgiu. “Ele disse ao meu genro que o ninho era de vespa asiática”. A família, evidentemente, ficou alarmada. Durante o resto do fim de semana tiveram de evitar a zona.
Esta segunda-feira, uma equipa da Proteção Civil de Valença deslocou-se ao local. Estava confirmado: era mesmo um ninho de vespa asiática.
“Injetaram um produto e garantiram-me que elas morrem todas. Disseram-me que virão amanha remover o ninho já com todas as vespas mortas. Foram todos cinco estrelas! Muito simpáticos”, elogiou a proprietária da moradia.
No entanto, Glória Quintião sublinha que isto deve servir de “alerta e de exemplo” para outros moradores no concelho.
Picadas dolorosas
A vespa velutina, mais conhecida por vespa asiática, chegou à Europa há 15 anos e, desde 2011, os casos de picadas dolorosas e agressivas não pararam de surgir em território nacional.
Esta espécie é predominantemente preta, com uma ampla faixa laranja no abdómen e uma faixa amarela na parte dorsal. As patas são também escuras, com extremidades amarelas.
A vespa velutina entrou na Europa através da França, em 2004, num carregamento de bonsais proveniente da China. A espécie rapidamente se reproduziu, tendo entrado em Portugal em 2011.
Os ninhos destas vespas podem chegar a um metro de altura e até 80 centímetros de diâmetro. No seu interior podem estar entre duas mil e 13 mil vespas.
A espécie é diurna e predadora de outras vespas, abelhas e outros insetos… No caso das abelhas, a vespa velutina espera que cheguem carregadas de pólen junto às colmeias. Depois de as capturarem, levam-nas para os seus ninhos para alimentar as larvas.
Na apicultura, a vespa asiática causa perdas devido à predação da abelha-europeia, enquanto que na agricultura, além de haver uma menor atividade de polinização, pode influenciar a produção frutícola.
Veja a galeria de fotos da operação [créditos: Glória Quintião]
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