“Num país que não é rico, é assim que se trabalha!”. A exclamação foi deixada esta quinta-feira em Valença, no distrito de Viana do Castelo, pelo Ministro das Infraestruturas, na estreia das renovadas carruagens ARCO na Linha do Minho.
Visivelmente orgulhoso, Pedro Nuno Santos voltou a lembrar a vantagem do negócio feito com o país vizinho. Foi em Julho de 2020 que a CP anunciou a compra de 50 carruagens em segunda mão à Renfe por um total de 1,5 milhões de euros, ou 30 mil euros cada. “Novas, cada uma custaria um milhão de euros”, recordou o governante.
“É assim que se trabalha! Recupera-se o material que temos. Compra-se e rapidamente põe-se novo com os nossos trabalhadores, com as nossas empresas! 95% do que está nestas carruagens é feito em Portugal por mais de cinco dezenas de empresas portuguesas e por trabalhadores portugueses! É assim que se faz e é assim que se trabalha!”, reiterou o Ministro.
Mas não é tudo. Pedro Nuno Santos anunciou ainda que já há um concurso a decorrer para a compra de mais 117 novos comboios “e tudo faremos para que sejam fabricados em Portugal”.
“É assim que se faz! É assim que se governa e é assim que se põe o País a andar!”, sublinhou uma vez mais Pedro Nuno Santos ao lado das requalificadas carruagens ARCO, a cheirar a novo e decoradas com motivos alusivos ao Minho, entre eles o coração de Viana e o Galo de Barcelos.
A fechar, o Ministro assegurou que o Governo continuará preocupado com a mobilidade dos portugueses e determinado em “retirar mais carros das estradas, melhorar o ambiente recorrendo à tração elétrica baixando os custos das famílias na mobilidade e baixando os custos do país na importação de combustíveis fósseis”.
“E no final do dia, todo este trabalho significa respeitar o povo português. Respeitar os recursos que temos, a capacidade financeira e económica que o País tem e com este povo maravilhoso fazer o melhor que conseguimos”, concluiu.
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Carpinteira quer bilhetes mais baratos entre Valença e Viana
Na sua intervenção, o presidente da Câmara de Valença saudou o Governo pela visão que tem tido na área da ferrovia.
“Eu penso que, quer a aquisição quer a remodelação destas carruagens ARCO, são um fantástico exemplo de promoção da economia circular por parte do Governo. Com um investimento reduzido, garante um serviço fundamental para o setor ferroviário”, enalteceu José Manuel Carpinteira.
O autarca valenciano falou mesmo em “mais um momento histórico da ferrovia portuguesa”. No entanto, Carpinteira aproveitou o momento para deixar alguns apelos ao governante presente.
“Que haja mais frequência de comboios entre Vigo e Porto, mais particularmente entre Valença e Viana do Castelo”, sugeriu o presidente da Câmara. Logo de seguida, Carpinteira defendeu também a diminuição do preço dos bilhetes entre Valença e Viana do Castelo no sentido de “incentivar a utilização do comboio”.
Terminada a cerimónia, seguiu-se a viagem inaugural.
Estas carruagens foram compradas à espanhola Renfe e remodeladas em Portugal, nas oficinas da CP de Guifões, tendo recebido autorização no passado dia 14 de julho do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) para a sua entrada ao serviço de passageiros da CP – Comboios de Portugal.
Segundo o instituto, “a CP realizou os testes necessários para a verificação de aspetos relevantes para a segurança das carruagens, tendo entregado no passado dia 13 de julho a documentação necessária para finalizar o processo de autorização”.
De acordo com a mesma nota, “estas carruagens vão permitir à CP reforçar a oferta e o IMT congratula-se por ter terminado este processo importante para a qualidade do serviço ferroviário de passageiros em Portugal”.
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