“Costa, escuta! A escola está em luta!”. Milhares de professores vindos de todo o Alto Minho manifestaram-se esta terça-feira em Valença, numa marcha que começou no Agrupamento de Escolas Muralhas do Minho e terminou no interior da histórica fortaleza daquela cidade.
Liderada pelo coordenador nacional do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), André Pestana, a multidão exibia cartazes com palavras de ordem. Pede-se sobretudo “respeito” pelos profissionais da educação.
“Queremos, de uma vez por todas, que o Sr. Ministro da Educação reconheça que foram já muitas décadas em que os profissionais da educação – docentes e não docentes – perderam direitos. Isto chegou a um ponto que há falta de professores e há milhares de alunos que estão sem aulas. Não durante semanas, mas durante meses. E isto não é devido a greves nem protestos. É porque ser professor não compensa para pagar as despesas da nossa família ou pagar um quarto a 300 ou 400 quilómetros de distância”, lamentou André Pestana aos jornalistas.
“É importante valorizar os profissionais da educação não apenas para os próprios e para os familiares, mas também para uma melhoria na qualidade do ensino das nossas crianças”, defende o coordenador nacional do STOP.
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Entretanto, a multidão percorria a emblemática rotunda da trapicheira, às portas de Valença e o trânsito parava. Da cabeça da manif, perdia-se já de vista a cauda.
“Estou aqui para defender o ensino profissional, que este ano sofreu um corte brutal nas aulas práticas. É lamentável! Também estou aqui pelos professores contratados com horários incompletos abaixo de seis horas letivos e onde não são contabilizados 30 dias para a Segurança Social”, lamentou Ricardo Pereira, professor de Eletrotecnia em Viana do Castelo.
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Os professores ajeitavam-se já no largo em frente à Câmara Municipal de Valença. “Respeito! Respeito! Respeito!”, exclamavam.
“Defendemos a recuperação daqueles anos que nos roubaram, melhores condições nas escolas para nós e para os alunos. Há muita coisa em jogo e o Sr. Ministro está a ser teimoso!”, atirou Deolinda Torres, professora do 1º Ciclo do Ensino Básico. “Esperemos que resulte! Vamos continuar com esta pressão”, assegurou a docente.
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O STOP anunciou já uma nova manifestação em Lisboa no próximo sábado, 28 de janeiro, como resposta à convocatória do Ministério da Educação para a definição de serviços mínimos nas escolas.
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