Foi precisamente no dia 12 de novembro de 1933. O norte-americano Charles Lindbergh, já famoso por ter realizado o primeiro voo solitário transatlântico sem escalas num avião em 1927, viu-se obrigado a aterrar (amarar, de forma mais rigorosa) de emergência no rio Minho, mesmo às portas de Valença. De acordo com o livro Memórias – Diário de um inconformista (1938 a 1945), de Luís Lupi, aquele aviador realizava uma viagem de 47 mil quilómetros pelo Atlântico Norte. No entanto, a falta de combustível obrigou o hidroavião a descer e a ficar imobilizado numa enseada situada junto à Ínsua do Crasto, na freguesia de Friestas.
A amaragem forçada de Lindbergh no Alto Minho foi notícia no mundo inteiro. Luís Lupi era na altura jornalista correspondente das agências noticiosas Reuters e Associated Press. “Fomos os primeiros a chegar ao sítio. Na margem portuguesa do Minho acampámos, ansiosos, à vista do barco voador, que ali estava pousado a poucos metros de nós, como uma ave de arribação! Uma neblina fresca envolvia todo o cenário, como uma paisagem imaginada por Hitchcock, junto a um lago misterioso da Escócia. […] Foi então que tivemos a nossa entrevista, que eu transmiti para o estrangeiro e o Norberto transformou numa página de reportagem literária no Diário de Lisboa, uma reportagem digna de antologia jornalística!”, conta Lupi nas suas memórias.
Na década de 1990 foi inaugurado em Friestas um monumento a Lindbergh da autoria de Alípio Nunes Vaz de Sousa. Consiste numa pirâmide de granito de 23 toneladas e numa estrutura em ferro, com 800 kg.
[Fotografias: Direitos Reservados]
Charles Lindberg com a esposa e o hidroavião imobilizados no rio Minho, em 1933, na freguesia de Friestas
Monumento em homenagem a Lindberg, na freguesia de Friestas, em Valença
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É pena que a Junta de Freguesia , mantenha o local pouco ou nada cuidado, e a Câmara tenha uma politica cultural popularucha, e alienante.